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Tesouro admite gasto maior, mas descarta crise

29 de agosto de 2006

 

SÃO PAULO – O secretário do Tesouro Nacional, Carlos Kawall, descartou ontem a possibilidade de o Brasil sofrer uma crise fiscal em 2007. Ele reconheceu que nos últimos meses houve aumento nos gastos do governo federal, mas garantiu que não “há nada que sugira que estamos caminhando para uma situação de crise.”

Segundo ele, a elevação desses gastos não vai mudar o cumprimento da meta de superávit fiscal (economia que o governo faz para pagar juros da dívida) para este ano, de 4,25% do Produto Interno Bruto (PIB). “Temos o controle sobre a situação”, disse.

Entre janeiro e julho, os gastos do governo (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central) cresceram 14,8% em relação a igual período de 2005, totalizando R$ 211,489 bilhões. Enquanto isso, a arrecadação de impostos aumentou 11,1% e somou R$ 306,019 bilhões.

Kawall destacou que o debate fiscal no País mudou de foco, passando do superávit primário para a carga tributária, o nível do gasto corrente, a qualidade do gasto e o investimento público.

O secretário informou ainda que o governo precisará de financiamento de cerca de US$ 14,2 bilhões até 2008. Para essa captação, é provável que haja emissões de títulos da dívida externa em reais, como aconteceu em setembro do ano passado, com papéis prefixados de dez anos ou mais, e um programa de recompra de títulos antigos. As declarações foram dadas durante o seminário Grau de Investimento: O Grande Desafio do Próximo Presidente.

Carlos Kawall disse que uma nova emissão brasileira em reais no mercado externo é uma “ação qualitativa desejada”, mas ressaltou que este momento não é propício, dadas as incertezas que rondam o mercado internacional por causa das perspectivas negativas para a economia americana. “Vamos avaliar as oportunidades existentes e, quando for oportuno, poderemos voltar. Como é sabido, tivemos nos meses passados condições que não eram ideais e continuam a existir as incertezas”, comentou Kawall.

Ele ressaltou que o governo brasileiro não tem uma necessidade “urgente”, que justifique uma emissão em reais neste momento. Entretanto, indicou que qualquer nova colocação deverá ser superior a US$ 500 milhões. “No caso das emissões brasileiras em reais, o mínimo tem sido de US$ 500 milhões a US$ 750 milhões. No ano passado, se fez de US$ 1,5 bilhão. “Foi possível naquele momento, mas não sei se seria possível repetir isso hoje.”

Segundo Kawall, uma emissão desse tipo precisa de condições domésticas e externas igualmente favoráveis, o que não ocorre hoje. “Nesse momento, essa combinação é um pouco mais difícil, mas acreditamos que oportunidades ocorrerão e vamos aguardar com paciência.”

Fonte: Jornal do Commercio

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