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Tarifa bancária exige atenção

31 de outubro de 2006

 

No último dia de outubro, às vésperas do verão e do final do ano, o ímpeto de consumo costuma aflorar mesmo em quem anda com o orçamento apertado. Mas antes de contratar um empréstimo para dar vazão ao desejo de adquirir um bem – ou para conseguir dinheiro e sanar alguma dificuldade eventual – é preciso ficar atento não só aos juros cobrados pelas instituições financeiras, mas também à tarifa de abertura de crédito (TAC). Presente nas operações de crédito, a TAC pode fazer a diferença no custo final de um empréstimo e, em média, é mais barata nos bancos federais.

A tarifa varia de acordo com a modalidade de empréstimo contratada pelo cliente. De uma amostra de dez bancos de varejo (com foco no cidadão comum) levantada pelo JC com base em dados apresentados pelo Banco Central (BC), a mais alta é cobrada pelo Santander Banespa, R$ 1.100. A Caixa Econômica Federal (CEF) registrou a menor, R$ 300, muito mais baixa mesmo em relação ao Banco do Brasil (BB), onde a TAC chega a R$ 500.

Apesar de representar valores tão elevados, a cobrança da TAC passa despercebida pela maioria dos consumidores. O auxiliar de serviços gerais Jonas da Silva Leite, 33 anos, já precisou tomar empréstimo, mas alega nunca ter ouvido falar da tarifa. “Acho que falta mais clareza e respeito com o cliente. Porque a pressão, a necessidade de se conseguir aquele dinheiro, é tão grande que você cega, não vê nada.” A doméstica Ângela Maria dos Santos, 43 anos, também já contratou crédito, através de seu marido. Ela revela que sequer pesquisaram a instituição financeira na hora de contratar o crédito e não tinham conhecimento sobre a existência da tarifa. “A gente estava para reformar a casa e ele pegou o dinheiro no mesmo banco onde tem conta. Nem sabia que tinha isso.”

O técnico contábil Marcos Espíndola, 32 anos, assustou-se quando tomou um empréstimo de R$ 1.000 e precisou desembolsar, ao final, R$ 1.900. “Queria saber onde eles arrumaram essa diferença toda, como se faz esse cálculo. Eu queria que eles realmente explicassem o nome e o valor de cada tarifa, porque pode ter sido por causa dessa TAC.”

Conforme o levantamento do Banco Central, em todo o País o valor médio da TAC é de R$ 413,18. Ao separar bancos privados e públicos, o valor médio dos federais fica em R$ 400. Os privados seguem o movimento contrário e sobem para R$ 432,88.

Na opinião da professora Girleine Santos Freitas, 38 anos, para evitar surpresas desagradáveis e conseguir fechar melhores negócios, a saída para os consumidores que querem contratar crédito é pesquisar e não ter vergonha de perguntar sobre o nome, a função e o valor das tarifas cobradas. “As pessoas têm que prestar mais atenção, se informar mesmo sobre o que está acontecendo.”

Fonte: Jornal do Commercio

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