Mesmo com a oferta menor no mercado varejista, o preço do quilo do peixe não deve subir na Semana Santa. Segundo o presidente da Associação Pernambucana de Supermercados (Apes), Geraldo José da Silva, a estabilidade dos valores cobrados pelo peixe vai ser mantida por causa da queda no preço do frango.

“As pessoas, sobretudo as da classe baixa, não têm mais a tradição de comerem peixe na Semana Santa. Isso depende muito do preço. Como o frango está mais barato, as pessoas acabam escolhendo esse produto”, explica Silva.

Ele diz que o valor do quilo do peixe está estável nos últimos seis meses. “Os três produtos: carne, peixe e frango são concorrentes diretos. Quando o preço de um deles cai ou sobe, os outros tendem a acompanhar”, avalia.

A oferta de peixe está menor no mercado este ano. Segundo Inácio Miranda, superintendente da KarneKeijo, uma das principais importadoras do produto, a quantidade de peixe comprada pela empresa para a Semana Santa foi 50% menor do que no ano passado.

“A produção no mercado nacional e internacional caiu muito por causa de problemas climáticos. Nós importamos muito menos. Com menos peixe nas prateleiras, o preço deveria ter subido, mas ficou estável por causa da queda no frango”, afirma Miranda.

Silva diz que a oferta de peixe também foi diminuída porque as vendas dos produtos típicos da Páscoa não estão alcançado os mesmos níveis dos anos anteriores. “Os importadores tiveram problemas nas vendas do ano passado. A oferta de peixe e bacalhau estava muito grande e eles tiveram prejuízo”, completa Silva. Ele conta que, além do peixe, a quantidade de bacalhau disponível no mercado também será menor nesta Páscoa.

“O aumento do número de evangélicos também influencia na queda. Eles não seguem a tradição católica e comem de tudo na Semana Santa”, explica Silva. Ele diz que a redução na venda dos produtos sazonais não se resume à Semana Santa, mas afeta o comércio de alimentos da ceia de Natal e do São João.

EXPORTAÇÃO – O preço do frango está menor nos supermercados por causa da queda das exportações do produto. As grandes empresas exportadoras como a Sadia e a Perdigão perderam clientes na Europa por causa da gripe aviária e desovaram os estoques no mercado interno. A grande oferta de frango já fez o preço do produto cair 34% nos supermercados de Recife, este mês. A mudança no mercado fez até com que as avícolas locais diminuíssem a produção em 20% para amenizar os prejuízos.

 Silva explica também que a queda nas exportações influenciou no preço da carne bovina nos supermercados do Estado. Os focos de febre aftosa em alguns Estados do Brasil prejudicou as vendas externas do produto. Com isso, a oferta no mercado interno cresceu. “É mais um motivo para manter a estabilidade do valor do quilo do peixe. A carne também não está ficando mais cara”, avalia.

Fonte: Jornal do Commercio