A Flórida tem mais a oferecer a Pernambuco além de um fervilhante destino de compras. O Porto de Miami é agora um parceiro do Complexo Industrial Portuário de Suape e do Porto do Recife.

As empresas assinaram ontem um protocolo de intenções para dar início a projetos que resultem em aumento do fluxo de cargas e passageiros entre os Estados norte-americano e brasileiro.

A parceria é estratégica principalmente porque no próximo ano será concluída a ampliação do Canal do Panamá, o que permitirá o tráfego de grandes navios – com mais de 350 metros de comprimento – entre Pernambuco e os Estados Unidos. Com essa nova abertura, o Porto de Miami será o primeiro dos EUA a receber essas embarcações de grande porte que vêm da Ásia pelo Canal. Elas poderão ser direcionadas para Suape.

A última vez que um navio vindo daquele continente aportou no terminal pernambucano foi em 2011. "Fez uma diferença muito grande no resultado daquele ano, queremos que uma nova linha seja criada e fique", comentou o secretário executivo da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico (Sedec), Caio Ramos.

O titular da Sedec e presidente de Suape, Thiago Norões, disse que a assinatura de acordo de cooperação é o ponto inicial para que as empresas possam trocar informações e elaborar projetos. "Temos um grande interesse no Brasil e Pernambuco é o primeiro Estado com quem fechamos parceria", disse o gerente de Relações Institucionais do Porto de Miami, Eric Olafson.

Norões esclareceu que, embora ainda não seja possível projetar o impacto dessas futuras ações no volume de transporte de cargas e passageiros dos terminais pernambucanos, já se desenham oportunidades. Entre as perspectivas de envio de produtos para os EUA via Miami, estão itens como porcelanato, carros, equipamentos e confecções – incluindo peças do Polo Têxtil do Agreste. Neste caso, a Sedec ainda está em processo de organização, uma vez que, pela natureza do negócio, não há escala que justifique o envio via marítima. É preciso ainda reunir os produtores interessados, conseguir "encher" um contêiner e negociar tarifas com armadores. Não há data oficial para a primeira exportação, mas há uma expectativa de resultados a partir do próximo ano.

De todo modo,uma das metas é aumentar a participação dos EUA no movimento de exportação. Em 2014, saíram de Suape em direção àquele País 120,3 mil toneladas de mercadorias como combustível, óleos minerais e produtos siderúrgicos. Já a importação somou dois milhões de toneladas, com itens como trigo, produtos químicos e máquinas. O Porto de Miami não deu dados específicos sobre envios para Pernambuco, mas o Brasil é o seu 7º maior parceiro comercial.

Fonte: Jornal do Commercio