A presidente da Adecon, Rosana Grinberg, teme que o reajuste no Shopping Recife possa desencadear aumentos nos demais centros de compras da Região Metropolitana. “Eles estão tentando repassar para o consumidor, custos que têm que ser arcados pelo shopping, como a aquisição de máquinas”, defende. Rosana diz que espera conseguir entrar em acordo com a administração para que seja retomado o valor anterior.

  “Se as justificativa do shopping não for razoável, abriremos um processo administrativo”, adianta a gerente geral do Procon-Recife, Cleide Torres. Ela explica que, neste caso, pode ser aplicada multa por aumento abusivo, que varia de R$ 200 a R$ 2 milhões. Cleide também defende que o usuário não deve pagar pelas reformas realizadas pelo centro de compras em seu estacionamento.

Justificativa – A gerente de Marketing do Shopping Center Recife, Danielle Viana, afirma que representantes da administração irão atender à notificação do Procon e comparecer à audiência marcada para a próxima segunda-feira com uma lista de justificativas. “De dezembro de 2004 até outubro deste ano, acumulamos aumento de 26% em nossos custos operacionais. Isso sem falar nas melhorias que promovemos, como aumento do número de vagas, investimentos em energia, água, esgoto e pessoal”.

  No ano passado, o centro de compras também implantou o sistema de controle automático de entrada e saída de automóveis e terceirizou a operação do estacionamento para a empresa Recife Park. Segundo a executiva, o último aumento da taxa aconteceu no final de 2004, quando o valor saltou de R$ 2 para R$ 2,50.

  Com 5 mil vagas, o estacionamento do Shopping Recife recebe uma média de 10 mil veículos pagantes por dia, o que equivale a uma movimentação financeira de pelo menos R$ 30 mil. Danielle Viana ressalta, ainda, que 70% dos centros de compras com porte equivalente ao Recife, cobram taxas de estacionamento acima de R$ 2,50. “Temos exemplos como os Iguatemis de São Paulo, Rio e até mesmo Fortaleza”, compara.