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Serviços puxam a inflação brasileira

19 de janeiro de 2015

Os alimentos foram apontados como os grandes vilões da alta inflação de 2014, mas, nos últimos 10 anos, a maior pressão sobre o orçamento do consumidor veio dos prestadores de serviços, com remarcações de preços sistematicamente superiores à variação geral do custo de vida. Em salões de beleza, clubes e restaurantes, passando por gastos com saúde, educação, água e energia, ou o simples conserto de um eletrodoméstico, os reajustes acumulados dos serviços de 2005 até o ano passado somaram 101,5% em média, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A farta evolução desse grupo de despesas superou largamente a variação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que alcançou 69,2% no período. E, em 2015, a previsão é de que a pressão continue. A assessoria econômica da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) avalia que reajustes de passagens de ônibus e de energia elétrica, entre outros, devem pesar no bolso do consumidor.

O analista do IBGE Antonio Braz de Oliveira e Silva explica que vários fatores se combinaram nos últimos 10 anos para permitir a explosão do preço dos serviços. Entre 2005 e 2014, a variação nominal acumulada do salário mínimo alcançou 153%. Cerca de 40,3 milhões de brasileiros ascenderam à classe C entre 2005 e 2011, e a taxa média de desemprego medida pelo IBGE nas principais regiões metropolitanas do país caiu de 8,4%, em dezembro de 2005, para 4,8% em novembro do ano passado.

“Como a economia, o emprego e a renda vinham crescendo, os prestadores de serviços não tiveram dificuldade nem de repassar custos nem de reajustar preços ao consumidor”, explica Braz e Silva. À exceção dos serviços mais modernos e de grande porte, a exemplo daqueles prestados por bancos e empresas de telecomunicações, aluguéis comerciais e mão de obra — muito influenciada pelo salário mínimo — são, em geral, os maiores custos do setor.

Disseminada
Mesmo ao saborear o lanche da tarde, o servidor público Márcio Paiva, 55 anos, não deixa de calcular as despesas com a comida, hábito que tem se fortalecido à medida que ele percebe a alta dos preços. “Hoje, uma simples refeição sai a R$ 20. E mal adianta pesquisar, já que a inflação está disseminada.”

A preocupação dele não é à toa. Em 2014, o indicador que mede a escalada de preços com alimentação fora do domicílio cresceu 9,79%, acima dos 6,41% do IPCA. Mas, além da alimentação fora de casa, são vários os serviços que registraram aumento acima da inflação geral.

Fonte: Diario de Pernambuco

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