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Salário mínimo vai para R$ 788,06

29 de agosto de 2014

A partir de 1º de janeiro de 2015, o salário mínimo deve ser R$ 788,06, segundo o Projeto de Lei Orçamentária Anual (Ploa) 2015. Um reajuste de 8,8%. O anúncio foi feito ontem pela ministra do Planejamento, Miriam Belchior, depois de entregar a proposta ao presidente o Congresso, Renan Calheiros (PMDB-AL). Pelas contas da consultoria Tendências, essa correção terá um impacto da ordem de R$ 19,2 bilhões no Orçamento da União. A ministra disse que o texto prioriza investimentos em saúde, educação combate à pobreza e infraestrutura.

Pela Constituição, o prazo de entrega do projeto pelo Executivo termina no dia 31 de agosto. Mas, com a expectativa de conclusão da votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que define as metas e prioridades da administração pública federal, só na semana que vem, durante o esforço concentrado, o governo se antecipou. A LDO deveria orientar a elaboração da peça orçamentária.

O Orçamento Geral da União (OGU) é formado pelo orçamento fiscal, da seguridade e pelo orçamento de investimento das empresas estatais federais. A Constituição determina que a proposta seja votada e aprovada até o dia 22 de dezembro. 

O país descrito pela equipe econômica da presidente Dilma Rousseff no Ploa de 2015 está muito acima das previsões mais realistas do mercado. Não à toa, as críticas acabam sendo cada vez mais fortes para o quadro cor-de-rosa pintado pelas autoridades. O documento tem como um dos parâmetros para 2015 uma taxa de crescimento de 3% para o Produto Interno Bruto (PIB). Essa é a mesma projeção feita pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, para a expansão do PIB neste ano, que já foi cortada várias vezes e hoje está em 1,8%. Enquanto isso, a mediana das expectativas do mercado, de acordo com o último Boletim Focus do Banco Central, é que o PIB deste ano avance apenas 0,7%, e, no próximo ano, 1,2%. 

Já a projeção de inflação do Ploa para 2015 também está fora da realidade. O governo manteve a expectativa para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 5% enquanto o mercado espera algo em torno de 6% a 6,5%. No documento, a meta de superavit primário (economia para o pagamento dos juros da dívida pública) para o próximo ano foi fixada em 2% do PIB, ou R$ 114,7 bilhões, algo impossível de ser atingida, na avaliação dos especialistas.

Mantega, por sua vez, disse que os números estão otimistas porque haverá melhora no cenário internacional no próximo ano. “É lícito prever que, em 2015, a economia internacional estará um pouco melhor que ela esteve em 2014 e em 2013”, disse ele acrescentando que o atual governo vai entregar um país “sólido” e que “consegue enfrentar uma crise internacional porque tem reservas de quase US$ 400 bilhões”.

Fonte: Diario de Pernambuco

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