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Revelação incomoda candidatos

6 de agosto de 2014

Dos candidatos pernambucanos que declaram ao Tribunal Regional Eleitoral guardar grandes quantias em espécie apenas três aceitaram falar sobre o assunto. Em reportagem publicada ontem, o Jornal do Commercio mostrou que vários candidatos a deputados federais e estaduais adotam esta forma de declarar os seus recursos financeiros.

O deputado federal Wolney Queiroz (PDT), que disputa a reeleição, disse que tem R$ 400 mil em espécie por conta de uma reserva financeira para usar na campanha. "Esta semana vou depositar na conta oficial para cobrir os primeiros pagamentos. O valor, obviamente, está declarado no meu Imposto de Renda", respondeu.

Já o deputado estadual Adalberto Cavalcanti (PTB), que tenta uma vaga na Câmara Federal, foi curto e grosso: "Não se pode mais guardar dinheiro em casa? O dinheiro é meu e eu guardo onde eu quiser. Se eu quiser, guardo no baú, no cofre, no pote". O petebista reúne R$ 800 mil em espécie e alegou que todo o seu patrimônio foi declarado e que não tem nada a esconder.

O empresário Joaquim Lira (PSD), candidato a deputado estadual, se disse chateado por ter seus dados veiculados em matéria do JC apesar da informação constar no site do TRE e estar disponível para consulta.

"O que interessa é que o dinheiro que possuo foi o que informei. Dei o dinheiro declarado e já pago imposto por ele. Da forma como eu oriento e faço meus negócios é uma coisa privada minha. Onde eu guardo dinheiro não interessa", declarou Lira (R$ 1,160 milhão em espécie).

A assessoria de Marinaldo Rosendo (PSB), líder do ranking dos candidatos que mais guardam dinheiro em casa, enviou uma nota na qual informa que o socialista não concederia entrevista por conta da "agenda corrida" de campanha. Ex-prefeito de Timbaúba e postulante a deputado federal, ele declarou à Justiça Eleitoral possuir R$ 3,8 milhões em espécie.

Os demais candidatos citados pelo JC ontem – Roberto Teixeira (PP), Felipe Carreras (PSB), Ricardo Teobaldo (PTB) e Dr. Ildefonso (PMDB) – não atenderam às ligações.

Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, a presidente Dilma, que declarou guardar em casa R$ 152 mil em espécie, disse que faz isto por um costume adquirido durante a ditadura militar, quando era clandestina e não tinha onde guardar o dinheiro.

Fonte: Jornal do Commercio

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