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Recriação tem apoio

30 de novembro de 2006

Brasília – Um dia após a aprovação na Câmara dos Deputados do projeto de lei que recria a Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) lideranças políticas de Pernambuco começam a se posicionar sobre a retomada da atividade da autarquia. Na avaliação do governador eleito Eduardo Campos, o ressurgimento do órgão é a correção de um equívoco histórico. O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto, também apóia a iniciativa, mas defende a criação de uma política regional que anteceda a reinstalação da entidade.

Eduardo Campos, que desde a campanha eleitoral vem defendendo uma nova relação entre os estados nordestinos, acredita que a recriação da Sudene servirá como instrumento para desenvolver um planejamento estratégico para a região e articular as ações dos governos estaduais e federal, com proposta de superar as desigualdades regionais e sociais.

“A volta da Sudene é a correção de um grave equívoco. Durante vinte anos o país abdicou do direito de fazer política de desenvolvimento e entregou o futuro do nosso povo à guerra fiscal, com os resultados que conhecemos”, diz Eduardo. O socialista também observa que a fragmentação regional contribuiu para que os problemas sociais se agravassem.

O governador eleito criticou quem vê riscos de que a Sudene seja novamente envolvida nas práticas irregulares do passado. “Estamos vivendo um novo tempo, a sociedade amadureceu, a democracia se consolidou e as instituições de controle social funcionam em plena forma”, afirma.

Política regional – O presidente da CNI, Armando Monteiro Neto, acredita que a discussão está sendo invertida. “A Sudene tem seu valor simbólico, seu importante papel institucional, mas vai cumprir uma função secundária se não for criada uma política nacional de desenvolvimento regional. Não se pode definir o instrumento antes da política”, defende.

Armando Monteiro pondera sobre a necessidade de definir uma política de atuação do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) paraa região, de estimular as parcerias público-privadas (PPPs), de desenvolver um plano de infra-estrutura antes do surgimento da nova Sudene.

“O Nordeste fragmentou-se, deixou de ser uma entidade política. A guerra fiscal fez com que cada estado se voltasse para si. É natural que os estados disputem os projetos, mas é necessário criar instrumentos comuns que fomentem o crescimento da região como um todo”, sugere. O deputado também destaca que o Nordeste está vivendo uma renovação de seus atores, com a eleição de novos governadores nos estados da região.

Fonte: Diário de Pernambuco

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