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PSB cita Briano na polêmica dos precatórios

11 de outubro de 2006

A resposta para a destinação do dinheiro do “caso dos precatórios”, questionada pelo guia eleitoral de TV e rádio do governador-candidato Mendonça Filho (PFL), “pode estar no primeiro escalão do atual governo”, rebateu ontem o advogado Antônio Campos – da Frente Popular, que apóia o candidato Eduardo Campos (PSB), seu irmão, na sucessão estadual. Ao protocolar no TRE uma série de pedidos de direito de resposta contra o pefelista, Campos apresentou cópias do trecho inicial do Balanço Geral da Administração Direta do Estado de 1996, ano da operação, exibindo a atual secretária da Fazenda, Maria José Briano, como uma das responsáveis pelo documento.

Na época, Briano era contadora geral do Estado. Na cópia da folha de rosto do balanço, seu nome aparece abaixo das identificações do ex-governador Miguel Arraes e de Eduardo, então secretário da Fazenda. “Mendonça deveria perguntar à sua própria secretária qual a destinação dos recursos”, provocou Antônio Campos. Ele acrescentou que toda a movimentação financeira feita pelo Estado naquele ano estava descrita no balanço. No entanto, a informação não aparece nas cópias entregues ao TRE e à imprensa – das quais constam apenas as 14 primeiras páginas do documento.

O episódio conhecido como “caso dos precatórios” consistiu na venda de títulos públicos, que rendeu ao Estado, em valores da época, R$ 382 milhões líquidos. Os guias de Mendonça, desde a última segunda-feira, têm responsabilizado Eduardo pela operação e dito que, até hoje, “nunca foi explicada a verdadeira utilização dos recursos”.

Nos pedidos de direito de resposta, a Frente Popular alega que a “dúvida” levantada pela União “já foi esclarecida diversas vezes”. Como prova, os advogados juntaram aos autos uma cartilha confeccionada pelo PSB em 2001, em que é explicada a suposta destinação do dinheiro.

Maria José Briano não quis se pronunciar pessoalmente sobre a estratégia usada pelo PSB. Por meio de sua assessoria, porém, confirmou que assinou o documento, mas ressalvou que “o contador não é responsável pela decisão sobre a destinação dos recursos”. Presidente do PFL, o deputado André de Paula provocou Eduardo. “Se é verdade que ele já respondeu qual o destino do dinheiro, por que não vem ao guia dizer?”.

Fonte: Jornal do Commercio

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