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Promessa nova, ideia antiga

29 de abril de 2015

A presidente Dilma Rousseff deixou para o final de seu discurso, ontem na inauguração do Polo Automotivo Jeep em Goiana, o que ela chamou de "boa notícia": o lote 1 do Arco Metropolitano será incluído num pacote de concessões a ser apresentado em maio. Na prática, o trecho entre São Lourenço da Mata e Goiana (ou Igarassu, dependendo da definição do traçado) será operado pela iniciativa privada, que cobrará pedágio aos usuários.

Com o anúncio, a presidente traz uma nova promessa, ressuscitando uma ideia antiga. O modelo de concessão já havia sido defendido pelo ex-governador Eduardo Campos em 2011. Apesar de ser sinalizada uma solução, o anúncio não gerou euforia nem foi consenso entre os interessados no projeto.

Em 2011, o governo do Estado deu sinal verde para estudar a viabilidade do negócio. A Odebrecht encabeçaria o consórcio interessado na Parceria Público-Privada (PPP) que iria construir e operar o Arco por 30 anos. Em 2012, Eduardo propôs que o governo federal assumisse a obra, adotando o modelo de concessão. Em 2013 o governo Dilma decidiu assumir a obra como federal.

"Quero dizer que estamos estudando a inclusão do trecho Norte dentro dos processos de concessão que terão lugar e serão anunciados ainda no mês de maio. Tudo isso faz parte de uma estratégia de desenvolvimento regional, que tem por objetivo ter clareza da importância dessa região para o Brasil", anunciou Dilma.

Oficialmente, o discurso da presidente agradou os governistas. O secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Thiago Norões, falou pelo governador Paulo Câmara (PSB), que deixou a fábrica da Jeep para acompanhar a petista até a base aérea. "A notícia de que vai ser iniciada a obra do lote 2, que é o lote sul, é muito boa. Também traz muita esperança e nos anima a possibilidade de o trecho norte ser colocado no programa de concessões."

Nos bastidores, pessoas próximas ao governador afirmaram que as declarações da presidente sobre o Arco frustraram o Palácio do Campo das Princesas e executivos da Jeep. Um socialista disse que a expectativa era de que Dilma aproveitasse a passagem por Pernambuco para liberar o edital para o início das obras do lote 2 do projeto. Outro declarou que a petista nada mais fez do que voltar no tempo. "Ela está querendo fazer agora o que Eduardo Campos propôs há três anos, que era fazer a concessão. Dilma tirou o projeto de Pernambuco e agora recorre ao modelo que propusemos lá atrás", disse.

Do lado dos empresários, a reclamação é quase unânime. "Transportamos 80 carretas com peças por mês do Sul e Sudeste para a Jeep. Quando chegamos a 100 quilômetros da fábrica, nosso custo aumenta 28% por perda de velocidade", diz o presidente da Cargolift, Markenson Marques.

Fonte: Jornal do Commercio

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