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Projetos no papel somam R$ 5 bi

26 de novembro de 2006

 

A atual gestão do governo do Estado captou vários empreendimentos durante oito anos de administração, principalmente os estruturadores, como a refinaria da Petrobras, o estaleiro e o pólo de poliéster da M&G. Mas várias outras fábricas chegaram a ser anunciadas e nunca saíram do papel, como uma siderúrgica em Suape ou uma série de plantas da indústria têxtil coreana Kabul. Da lista das promessas não cumpridas, alguns projetos não devem realmente chegar e outros ainda dependem de mais negociações. O volume total supera os R$ 5 bilhões.

O maior exemplo de empreendimento anunciado sem conclusão foi uma siderúrgica de grupos russos, o TMK e o Commetpron. Eles chegaram a assinar um protocolo com o governo do Estado para instalar uma unidade de US$ 1,8 bilhão em Suape. O negócio chamou a atenção desde o primeiro momento, já que Pernambuco não possui minério de ferro (um fator preponderante para a competitividade desse tipo de planta) e os investidores eram formados por grupos que mal conheciam a estrutura local, sem parceiros brasileiros. Além disso, há outras dificuldades técnicas, uma vez que Suape não tem gás suficiente para fornecer para a geração de energia para a Termopernambuco, o que dirá agregar a demanda de 800 mil metros cúbicos de gás natural por dia como previa a planta.

Sobre a dificuldade de minério, integrantes do governo cogitaram utilizar a Mhag Mineração como possível fornecedor. A Mhag investiu em Suape para virar plataforma de exportação de uma mina que explora em Jucurutu, no Rio Grande do Norte. Mas foi outro negócio que deu em água. Fortes chuvas atrapalharam a logística que a Mhag utilizava para chegar até Suape. Depois de colocar R$ 12 milhões em Suape e exportar um carregamento de 75 mil toneladas do produto, a mineradora não operou mais. A promessa inicial era de exportar 1,2 milhão de toneladas de minério por ano, via Suape.

Outro projeto que parecia prego batido e ponta virada era o de investimento do grupo coreano Kabul. Uma missão governamental chefiada pelo então governador Jarbas Vasconcelos viajou para a Coréia do Sul com a promessa de garantir um investimento de US$ 200 milhões e a geração de 5 mil empregos. O presidente do Grupo Kabul, Y.S. Park, chegou a prometer transformar Pernambuco numa plataforma de exportação da empresa, começando por uma fábrica de tecelagem e estamparia que já deveria estar funcionando desde outubro deste ano. O grupo também procurou o Banco do Nordeste para garantir financiamentos e previa uma integração com plantas petroquímicas produtoras de fios de poliéster em Suape. Nem havia começado, a Secretaria de Desenvolvimento Econômico falava em julho do ano passado em um aumento no investimento da primeira fábrica de US$ 45 milhões para US$ 70 milhões, com o número de teares ampliado de 350 para 450.

Agora, os responsáveis pela negociação falam que a indústria no mundo inteiro está se reestruturando e repensando seus investimentos. De fato, várias indústrias têxteis ou calçadistas brasileiras sofreram com a combinação da competição chinesa e com o câmbio valorizado no Brasil. Mas tanto o câmbio quanto o cenário econômico mundial não tiveram mudanças significativas de um ano para cá. A mesma justificativa é dada para a não implementação do projeto da Toalhas São Carlos, que teve projeto aprovado no Prodepe e previsão de investir R$ 150 milhões com a geração de 700 empregos.

Fonte: Jornal do Commercio

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