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Projeções para a economia

4 de julho de 2006

 

Na quinta-feira passada, o Banco Central (BC) divulgou o relatório trimestral sobre a inflação, demonstrando que a taxa básica de juros – a Selic – continuará sendo administrada com parcimônia, projetando para 2006 uma inflação de 4,3% e um crescimento econômico de 4%. O documento oficial nada altera em relação à análise anterior. No denominado cenário de referência, resultante da simulação feita pelo BC, permanece constante a taxa de juros em 15,25% e o dólar cotado a R$ 2,30, para o IPCA calculado em 4,2% em 2007, representando um pequeno aumento em relação aos 3,9% registrados no mês de março último.

A redução mais expressiva aconteceu na agricultura, se comparada com idêntico trabalho do primeiro trimestre, caindo de 4,8% para 3,8%. Na atividade industrial houve pequena melhora, de 5,3% para 5,4%, enquanto no setor de serviços uma elevação mínima de 2,9% para 3%.

A estimativa para 2007, da inflação no cenário de mercado (em que o Banco Cemtral inclui previsões de juros e câmbio das instituições financeiras), é 5,2%, superior à meta de 4,5% para o Índice de Preços aos Consumidor Amplo (IPCA).

Alguns especialistas definem como superficial o mais recente relatório trimestral do BC, por não fazer uma análise mais acurada da economia nacional, restringindo-se, praticamente, às observações inscritas nas atas das reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom). E fundamentam essas observações, ressaltando que mereciam avaliação mais profunda os efeitos prejudiciais causados pelas últimas turbulências nos mercados financeiros internacionais e seus reflexos internos.

Haveria, portanto, um comportamento exageradamente sobranceiro face a tais ocorrências, como se estivéssemos definitivamente imunizados a riscos do exterior. Para não parecer exagero, registre-se que o relatório faz uma simples reavaliação da inflação, cujo parâmetro é o IPCA, devendo atingir 3,8%, este ano, quando se previa ser 3,7% e de 3,9% para 4,2%, em 2007.

O Relatório da Inflação, como é denominado, demonstra um excesso de segurança sobre o futuro da economia brasileira, no curto prazo, minimizando os momentos de instabilidade vividos pelos mercados financeiros mundiais. Em termos subjacentes, deixa margem a encobrir uma realidade mais difícil para o País se considerarmos que existem sinais que a redução da Selic, até o final deste ano, deverá continuar sendo administrada com bastante gradualismo, frustrando expectativas dos setores produtivos e das perspectivas de crescimento econômico mais consistente.

Fonte: Folha de Pernambuco

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