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Procura-se novo ministro

20 de outubro de 2015

A presidente Dilma Rousseff ainda resiste a mudanças no comando do Ministério da Fazenda, mas, informalmente, já começou a sondar nomes para uma possível substituição de Joaquim Levy. Dilma sabe que o momento é muito perigoso para mexer na equipe econômica, mas tem a clara noção de que, com os ataques que vem recebendo do PT e, em especial, do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro pedirá para sair.

Levy tem dito a seus interlocutores que sabe que ela está procurando alguém para o cargo. Nos últimos dias, ele deixou claro que, mantido o fogo amigo, dará por encerrada a sua contribuição ao governo. Dilma, em viagem à Suécia, reforçou que o titular da Fazenda não está deixando a pasta. “Ele (Levy) não está saindo do governo. Ponto. Eu não trato mais desse assunto”, afirmou ela em Estocolmo. 

A troca na Fazenda é dada como certa por integrantes da equipe econômica e parlamentares da base aliada. Para os técnicos, isso só não aconteceu ainda porque a Dilma não tem um sucessor em mente. Ela também precisa convencer o escolhido de que dará toda a autonomia para fazer os ajustes necessários na economia. Foi assim que seduziu Levy a embarcar na canoa do governo que, agora, ele admite estar furada e pode afundar a qualquer momento.

A pressão para Levy deixar o governo já se instalou na família dele e entre os amigos mais próximos, que não veem razão para ele aceitar tanta humilhação pública. “O desrespeito passou dos limites”, disse um assessor do ministro. No Ministério da Fazenda, o clima é de tensão e de fim de festa. “Estão todos arrasados. Levy estava cheio de ótimas intenções para o país. Desdobrou-se para tentar resgatar a confiança no governo ao propor um ajuste fiscal consistente, mas foi sabotado por gente do próprio governo”, acrescentou o mesmo técnico.

Segundo o assessor do ministro, o envio para o Congresso da proposta do Orçamento de 2016 com deficit de R$ 30,5 bilhões foi o início do descontentamento de Levy que, agora, chegou ao ápice. 

As apostas de um substituto de Joaquim Levy estão abertas. Nomes como o diretor do Banco Central Tony Volpon, ganham força, mas fontes próximas a Lula dizem que ele não abandonou a ideia de indicar o ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, um desafeto de Dilma. Mas fontes do governo acham muito difícil que Meirelles aceite o convite porque ele sabe que não terá autonomia. 

Com Levy quase fora do governo, acreditam integrantes da equipe econômica, será praticamente impossível aprovar qualquer medida de ajuste fiscal. O ministro vinha tentando convencer os parlamentares sobre a importância de apressar a votação das medidas que foram encaminhadas ao Legislativo há mais de um mês. Mas, desprestigiado dentro do governo, o chefe da Fazenda perdeu seu papel de âncora da estabilidade.

No entender do economista José Luis Oreiro, professor do Departamento de Economia da UFRJ, a saída de Levy é inevitável. Mas ele acredita que será difícil para Dilma encontrar um substituto para o cargo dentro do partido ou no governo, pois o rol é muito limitado. “Se ela escolher alguém que o mercado não respeita, será pior. O país entraria em uma espiral de pessimismo autoalimentadora”, afirmou.

Fonte: Diario de Pernambuco

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