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Preço do pão deverá subir até 25%

4 de outubro de 2006

 

O preço do pão poderá subir entre 15% e 25% nas padarias e supermercados do Grande Recife até o final do ano. As projeções dos panificadores são de que o quilo do pãozinho francês, comercializado em média a R$ 4, chegue a R$ 4,50, em dezembro. O aumento também se aplicará aos biscoitos recheados (5%) e às massas (8%), o que deverá levar a uma retração no consumo em torno de 10%. A alta é um reflexo direto da quebra da safra brasileira de trigo. A produção nacional despencou de 4,7 milhões de toneladas – média dos últimos cinco anos, para menos de 2,5 milhões em 2006. Com a redução da oferta interna, o preço da tonelada no Paraná, por exemplo, poderá saltar de R$ 500 para R$ 600, em apenas três meses.

Também contribuirão com o aumento nos preços da farinha de trigo e derivados nas gôndolas dos supermercados e padarias, a queda na produção da Argentina e da Austrália. Com menos trigo no mercado internacional, os preços já acumulam alta. Tradicional fornecedor dos moinhos do Nordeste, o Canadá elevou a toneladade R$ 373, em julho, para R$ 455, em setembro. Segundo a Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo), o reajuste ainda não foi repassado os consumidores pernambucanos pela existência do produto em estoque e da isenção da tarifa de Exportação (TEC) concedida pelo governo como incentivo aos importadores da região.

O presidente do Sindicato das Indústrias de Panificação de Pernambuco, José Cosme da Silva, disse que o setor está preocupado com o cenário e já prevê um aumento de 20% no preço da saca de R$ 50 quilos da farinha de trigo. O aumento nos custos deverá impactar mais diretamente as pequenas padarias. Por realizarem compras em menor quantidade, elas têm menos poder de barganha junto aos fornecedores.

Para que as pequenas padarias ganhem em preço e se mantenham competitivas, o professor de economia da Universidade Federal de Pernambuco Guerino Filho aconselha que se criem cooperativas para a aquisição da matéria-prima.

Nos supermercados, a preocupação recai sobre os biscoitos e massas. Opresidente da Associação Pernambucana dos Supermercados, Geraldo José da Silva, disse que os produtos já sofreram reajustes nos preços de 5% e 8% há dois meses. “A tendência de novas altas nos preços do trigo importado deve elevar os preços novamente, mas é cedo para qualquer avaliação, pois há outros fatores a serem analisados, como a taxa cambial”, destacou.

Fonte: Diário de Pernambuco

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