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PIB de Pernambuco encolhe 3,5%
12 de setembro de 2015A crise econômica turbinada pela Operação Lava Jato chegou pra valer em Pernambuco. No segundo trimestre do ano, a economia pernambucana encolheu 3,5% comparada ao mesmo período de 2014. A soma das riquezas produzidas no estado recuou de R$ 38,3 bilhões para R$ 36,8 bilhões entre o primeiro e o segundo trimestre do ano. Ficou abaixo do Brasil, cuja retração foi de 2,6% no mesmo período. O resultado do Produto Interno Bruto (PIB) divulgado ontem pela Agência Condepe-Fidem rompe a trajetória ascendente iniciada em 2008, quando o crescimento econômico do estado se mantinha acima do país.
A indústria foi a atividade mais afetada pela crise com a retração de 5,9%, puxada pela queda de 13,5% da construção civil, colocando para baixo o crescimento econômico. O setor industrial participa com 25,1% do PIB estadual. A paralisação das obras públicas e o freio dos investimentos públicos e privados elevaram as taxas de desemprego na construção, reduziram a renda e o dinheiro que circula na economia. Somente em Suape, 3 mil trabalhadores foram demitidos dos canteiros de obras.
A indústria metalmecânica despencou com a desmobilização dos estaleiros que deixaram de produzir navios e novas plataformas de petróleo. Para piorar, a Operação Lava-Jato paralisou as obras da segunda etapa da Refinaria Abreu e Lima e reduziu o ritmo de produção de óleo diesel. “A crise chegou com força a Pernambuco. Era algo que se esperava no primeiro trimestre em menor proporção. Esse resultado nos preocupa porque foge à governabilidade. É reflexo da crise nacional e da instabilidade política”, comenta o diretor-presidente da Agência Condepe-Fidem, Flávio Figueiredo.
Nem o setor de serviços, que representa 72,2% do PIB estadual, escapou da avalanche, com a retração de 3,1%. Resultado: o comércio encollheu 8,5% e o setor de transportes caiu 3,9% no segundo trimestre do ano comparado ao segundo trimestre de 2014. A agropecuária salvou a lavoura com crescimento de 7% no segundo trimestre, alavancada pela safra da cana-de-açúcar, cujo crescimento foi de 4,2%. O açúcar representa 59,3% das lavouras temporárias. A mandioca teve incremento de 33,1%. O setor agropecuário tem peso de apenas 2,7% na economia do estado.
Diante do quadro negativo no segundo trimestre, um alento é que a economia de Pernambuco encolheu menos do que a do Brasil no primeiro semestre do ano. A queda aqui foi de 1,1%, enquanto o PIB do Brasil registrou decréscimo de 2,1%. Outro dado positivo é que nos últimos 12 meses (junho-2014/junho-2015) o estado cresceu 1,4% e o país encolheu 2,1%. “Estamos um pouco melhor, mas a tendência é acompanhar a situação nacional”, arremata Figueiredo.
Previsões não se consolidam
As projeções de crescimento econômico de Pernambuco para 2015, feitas pelaAgência Condepe-Fidem no ano passado, contabilizavam a operação da Refinaria Abreu e Lima a todo o vapor, com a produção e a distribuição de óleo diesel. Outro imprevisto foi o desempenho da indústria naval. Os estaleiros, que entraram em operação desde 2012 em Suape, reduziram a produção diante do fechamento da Sete Brasil, subsidiária da Transpetro, envolvida no escândalo da Lava-Jato. Agora, a aposta é o polo automotivo de Goiana, turbinado pela fábrica de automóveis da Jeep.
Segundo Maurílio Lima, diretor de planejamento da Agência Condepe-Fidem, a refinaria e a fábrica da Jeep já estão gerando PIB, mas ainda não existem parâmetros comparativos. A expectativa é que os efeitos de geração de riqueza do polo automotivo e da refinaria sejam contabilizados a partir do segundo semestre de 2016. “Mesmo com o desempenho negativo no trimestre, hoje a economia de Pernambuco tem maior capacidade instalada e investimento. Certamente é maior do que 10 anos atrás”, reforça.
O diretor-presidente da Condepe-Fidem, Flávio Figueiredo, evita fazer projeções para o PIB este ano. “É difícil desenhar um cenário, porque não se sabe para onde vai o navio”. Maurílio completa: “A ausência de clareza da política macroeconômica do governo federal gera insegurança no empresariado, o que vai repercutir no PIB dos estados”. Em entrevista recente, o governador Paulo Câmara estimou que o PIB de Pernambuco este ano seria zerado ou cresceria 0,5%.
Fonte: Diario de Pernambuco
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