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PF prende 95 acusados de sonegação

17 de agosto de 2006

Brasília e Recife – A Polícia Federal prendeu 95 pessoas em oito estados acusadas de fazer parte do que ela classificou de o “maior esquema” de fraudes em importações já descoberto no Brasil. O esquema era dirigido, segundo a PF, pelo empresário M.A.M., preso ontem de manhã com o filho, M.A.M.F., em seu apartamento em São Paulo. A PF apreendeu US$ 250 mil em um escritório do empresário.

Em Pernambuco, segundo nota da Assessoria de Comunicação da PF, foram expedidos mandados de busca e apreensão pela Justiça Federal contra as empresas. Também foi cumprido mandado de prisão contra o ex-diretor da empresa, G.Q.P.J. Um dos sócios da empresa, localizada em Suape, seria a irmã do empresário M.A.M. A direção da empresa não foi encontrada pela reportagem.

O grupo MAM é acusado de ter sonegado R$ 500 milhões em cinco anos. A PF e a Receita Federal chegaram a esse valor a partir das importações feitas pelo grupo MAM nesse período, de R$ 1,1 bilhão. Como o subfaturamento era em média de 50%, chega-se aos R$ 500 milhões.

Empresas globalizadas, como a Sharp (distribuída no Brasil pela empresa Plena) e a Maxwell, são investigadas pela PF sob a suspeita de utilizarem os serviços do grupo MAM. Responsáveis pela importação de produtos da Sharp e da Maxwell foram apanhados em conversas telefônicas com integrantes do esquema. A Daslu, a Shoptime, que tem um canal de vendas por TV e internet, e a rede de lojas de roupas Via Veneto recorriam a M. para intermediar suas importações, segundo policiais. Law Kin Chong, empresário preso sob acusação de contrabando, também era freguês de M., diz a PF.

Apreensão – De acordo com o delegado Santiago Amaral Fernandes, que coordena a operação em Pernambuco, uma das empresas locais seria “um braço de armazenamento e distribuição de produtos importados irregularmente. Já a outra pode estar se beneficiando de empresas importadoras de fachada, tendo ela própria como a importadora ou sendo cliente desses fornecedores”.

Documentos fiscais, contábeis e computadores das empresas foram apreendidos. São notas fiscais e comprovantes de crédito em favor de empresas investigadas na operação nacional. G.Q., ex-diretor da empresa, prestou depoimento ontem na sede da PF, onde ficará detido temporariamente por pelo menos cinco dias. Ele deverá ser indiciado por formação de quadrilha, falsidade ideológica, uso de documento falso e contrabando. Também pode ser enquadrado em crimes contra a ordem tributária, econômica e contra as relações de consumo.

Batizada de Dilúvio, a operação da PF em conjunto com a Receita foi a maior já realizada pelas duas instituições no país. Foram mobilizados 950 policiais e 350 servidores da Receita, 30 em Pernambuco.

Fonte: Diário de Pernambuco

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