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País não pode ter medo do ajuste fiscal

21 de maio de 2016

Diante do desafio de equilibrar as contas públicas, o Brasil não deve ter medo dos efeitos colaterais do ajuste fiscal. A avaliação é de Eduardo Loyo, economista­chefe do banco BTG Pactual e ex­diretor do Banco Central. Na avaliação dele, o País não corre o risco de cometer um "austericídio", como se refere aos impactos causados em países como a Grécia após um rígido corte de despesas.

O economista defende que, com juros altos, o Brasil tem instrumentos para reequilibrar a atividade econômica. A fala de Loyo está em linha com a expectativa de parte dos analistas de que o BC corte juros para estimular a atividade econômica no segundo semestre.

"Tenho ouvido muita preocupação, principalmente de interlocutores estrangeiros: Como o Brasil pode fazer um ajuste fiscal contracionista? As pessoas são muito rápidas em lembrar de lições anticrise, a palavra que vem à mente é o austericídio: Vejam só o exemplo da Grécia! Não vamos transplantar para o Brasil toda a má vontade com políticas de austeridade em ambientes em que falta o que não nos falta. Com o ajuste fiscal efetivamente implementado e tendo os efeitos contracionistas, (o esperado é) que a política monetária faça o ajuste necessário para compensar", afirmou ontem Loyo, durante o Seminário de Metas de Inflação do Banco Central, no Rio.

Um corte de juros, porém, não está nos planos do BC.

Segundo o diretor de Política Econômica da instituição, Altamir Lopes, não há espaço para um alívio monetário. "Deve­se considerar que o nível elevado da inflação em 12 meses e as expectativas de inflação distantes dos objetivos do regime de metas não oferecem espaço para flexibilização da política monetária." 

Esse tem sido o posicionamento do BC nos últimos meses. A expectativa, no entanto, é em relação ao que esperar da gestão de Ilan Goldfajn, que substituirá o atual presidente Alexandre Tombini no comando da instituição.

ELEIÇÕES
Em uma avaliação dos 17 anos de existência do sistema de metas de inflação, Tombini disse que a consolidação do modelo foi uma conquista. Segundo ele, mesmo que em alguns momentos a inflação tenha passado do teto da meta, não ficou sem controle. O IPCA está acumulado em 9,28% nos 12 meses encerrados em abril.

"O regime permitiu que a inflação fosse mantida sob controle. Ainda que, em alguns momentos a inflação tenha ultrapassado o limite superior de tolerância, situação prevista, a inflação em si jamais fugiu ao controle do Banco Central nesses dezessete anos do regime de metas", disse ele.

Tombini entregará para Ilan ­ que ainda precisa ser sabatinado no Senado ­ a missão de levar a inflação para a meta de 4,5% ainda em 2017, promessa do BC.

Essa não é a única missão da nova equipe econômica. Para o presidente do banco Brasil Plural e ex-diretor do BC Mario Mesquita, o time montado pelo presidente interino, Michel Temer, depende da situação política. Ele lembrou que o ajuste fiscal, que é o debate principal, está sujeito a leis e à articulação com o Congresso. "A excelência da equipe econômica não a torna independente do sistema político." As dúvidas são sobre o apoio político, avaliou ele, que também participou do seminário do BC.

Ele destacou a importância da reforma da Previdência e afirmou que eleições não podem ser obstáculo para a realização de reformas.

Fonte: Fonte: Jornal do Commercio

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