BRASÍLIA – A arrecadação de tributos e contribuições federais em junho passado somou R$ 34,030 bilhões. O valor é recorde para o mês e representa um crescimento real – já descontada a inflação – de 4,71%, segundo informou ontem a Receita Federal. No semestre, a arrecadação chegou a R$ 188,37 bilhões. Corrigido pela inflação, o valor chega a R$ 188,77 bilhões, um aumento de 3,05%.

O Imposto de Renda cobrado das empresas, assim como o retido na fonte por meio de rendimento de capital, e a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) foram os tributos mais representativos em volume, R$ 4,712 bilhões, R$ 4,685 bilhões e R$ 7,462 bilhões, respectivamente. Já o maior crescimento foi registrado no IR das entidades financeiras, 72,46%.

De acordo com a Receita, esse aumento ocorreu porque algumas entidades voltaram a pagar de forma regular o imposto, já que em 2005 estavam com alguma demanda judicial relativa ao IRPJ.

Mesmo com as medidas de desoneração tributária adotadas pelo governo, a receita administrada pela Receita Federal no primeiro semestre está cerca de R$ 2 bilhões acima da meta estabelecida pela área econômica para o período. Ao divulgar os resultados da arrecadação, o secretário-adjunto da Receita Federal, Ricardo Pinheiro, não quis falar em novo recorde. “Esta palavra não consta do meu dicionário”, afirmou. “Tivemos sim um bom resultado e estamos conseguindo cumprir a meta, mas sem folga”, disse. Por isso, Pinheiro informou que “este ano praticamente ficou sem espaço para novas desonerações.” A previsão do governo é que, em 2006, a perda de receita com as desonerações feitas no ano passado chegue a R$ 9 bilhões.

Fonte: Jornal do Commercio