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Onde o desenvolvimento humano está

26 de novembro de 2014

Um retrato das condições de vida dos moradores da Região Metropolitana do Recife sob o recorte da educação, renda e longevidade revela que a RMR passou da faixa de Médio Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM), em 2000, para a de Alto IDHM, em 2010. O documento aponta que as Unidades de Desenvolvimento Humano (UDHs) do Espinheiro, Jaqueira, Tamarineira e Casa Amarela, no Recife, destacam-se, sob os aspectos renda, longevidade e educação, com os maiores IDHM da RMR, com 0,955, equivalente ao IDH global da Noruega. Na contramão está Nossa Senhora do Ó e Camela, em Ipojuca, com IDHM de 0,523, semelhante ao de Níger, na África. Esses bairros ficam a pouco menos de 70km dos mais bem avaliados.

As conclusões integram o novo Atlas do desenvolvimento humano nas regiões metropolitanas brasileiras, divulgado ontem pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e Fundação João Pinheiro.

Além da passagem de médio para alto no índice geral da RMR, outra boa notícia é que o IDHM “muito baixo” desapareceu do mapa da região enquanto a faixa de “muito alto” mais que dobrou, passando de 8% para 21% nesses dez anos. O maior avanço, em termos absolutos, foi registrado na educação. 

Apesar da evolução, o IDHM de 0,734 condena a RMR a permanecer entre as cinco piores regiões metropolitanas do país. São Paulo, com o melhor resultado, registra 0,794, enquanto o menor índice, em Manaus, é de 0,720. Quanto mais próximo de um, melhor o índice. Do bolo do IDHM na RMR, a educação foi a única a ter a fatia aumentada, passando de 26% para 30%. A longevidade e a renda tiveram a representatividade reduzida, passando de 36% para 33% e de 38% para 37%, respectivamente.
Na avaliação do professor Evaldo de Souza, da UFPE, a longevidade foi a principal responsável por puxar para baixo a RMR. “O estado conta com vários hospitais de grande porte e UPAs e isso apresentará resultados a longo prazo. Mas, antes de tudo, é preciso pensar na prevenção, que exige bem menos gastos públicos e pode ser observado nas academias da cidade, por exemplo”, analisa.

No mapa da distribuição da qualidade de vida, o atlas aponta, em 2010, os valores mais altos de IDHM nos bairros da faixa litorânea de diversos municípios e na região central do Recife e Camaragibe. As orlas do Pina e Boa Viagem, por exemplo, estão entre as UDH com maior renda. 

Outro destaque ficou com a UDH Vilas do Cabo, no Cabo de Santo Agostinho, que apresentou o maior crescimento absoluto no período, com amplitude de 0,198. No Recife, a UDH Apipucos/Macaxeira: Fábrica da Macaxeira,/Açude Apipucos/Zeis Apipucos/Zeis Vila São João, também chamou a atenção devido ao aumento de 0,154.
 

Fonte: Diario de Pernambuco

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