Na matemática, cinco centavos são cinco centavos, não valem mais, nem menos. Contudo, nas relações econômicas – e indiretamente, políticas – uma moedinha tão insignificante pode trazer louros ou dores de cabeça, depende da situação. No mês passado, a lei que impôs a redução do ICMS incidente sobre o óleo diesel usado pelas empresas de ônibus rendeu uma redução de cinco centavos nas tarifas do transporte público, mas valeu créditos extras para o governador e candidato à reeleição Mendonça Filho. A mesma quantia, agora, volta ao cenário pernambucano sob outra
perspectiva. Desde ontem, o metro cúbico do gás natural vendido nos postos do Estado está custando R$ 1,448 – preço que vai de encontro aos R$ 1,398 apurados pela ANP (Agência Nacional do Petróleo), na última semana. Embora o mercado local não importe esse combustível da Bolívia, a decisão da estatal YPFB (Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos), de reajustar em 6% o gás vendido para a Petrobras, imediatamente fez com que os
estabelecimentos aumentassem os seus preços, apesar de a
companhia brasileira ter anunciado que só repassará os novos custos no sábado. No mundo dos negócios, a especulação acaba
valendo mais do que a realidade.

Fonte: Folha de Pernambuco