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O drama vai ficar pior

24 de julho de 2016

 

Não bastasse o drama do desemprego crescente no País, a população terá de amargar a restrição nos benefícios da seguridade social. Neste mês de julho, mais de 18 mil pessoas receberam a última parcela do seguro¬desemprego em Pernambuco. O benefício, que tem por finalidade prover assistência temporária ao trabalhador dispensado, fará falta para aqueles que ainda não conseguiram retornar ao mercado de trabalho. Além do acesso ao seguro estar mais restrito, a previsão é que o desemprego aumente até o segundo semestre de 2017. O drama gerado por uma economia que não cresce só faz aumentar.

A situação que Diogo Cabral, 29 anos, vive neste momento será a mesma enfrentada pelos pernambucanos que em breve deixarão de contar com o seguro¬desemprego. Demitido em dezembro de 2015 e sem receber o seguro há dois meses, o jovem está em busca de novo trabalho. "A gente está conseguindo se manter com muito aperto. Eu trabalhava no setor industrial e estou procurando voltar a trabalhar em qualquer coisa. Estou vendo empresas que oferecem um salário bem menor do que eu recebia antes porque preciso", afirma. Diogo recebia em média R$ 3 mil no antigo posto de trabalho, agora tenta se enquadrar em vagas que pagam R$ 800. A esposa Esteffane Cabral também foi demitida em janeiro deste ano, mas não teve direito ao benefício devido ao tempo de vínculo com a empresa. "Eu trabalhava em uma loja de roupa, mas passei menos de seis meses. Estou fazendo cabelo e maquiagem para ganhar uma renda extra", explica.

Segundo a chefe da Seção de Políticas de Trabalho, Emprego e Renda, da Superintendência Regional do Trabalho em Pernambuco, Viviane Barbalho, entre os 18,9 mil trabalhadores que deixarão de receber o benefício no próximo mês, estão inclusos algumas pessoas que já foram contempladas com todas as parcelas e outras que tiveram o seguro bloqueado por deixar de atender as regras. Entre as incompatibilidades para a liberação do benefício estão o recebimento de remuneração por vínculo empregatício, contribuições individuais e a participação societária em uma empresa. "O sistema notifica sempre que o beneficiário recebe uma parcela e, antes de liberar a próxima, faz uma nova varredura", diz.

Danilo Araújo, 30, trabalhava como vigilante e, após ser demitido, conseguiu garantir o recebimento do benefício por cinco meses. Com um filho e sem renda fixa, ele conta apenas com a ajuda da família neste momento: "estou dependendo da aposentadoria da minha mãe e o meu irmão me dá dinheiro para eu ajudar o meu filho de quatro anos". Enquanto não consegue um novo emprego, Danilo faz cursos de capacitação em vigilância patrimonial. "Tem que ter fé, mas está muito difícil conseguir um novo emprego. Eu saiu todas as segundas, quartas e sextas¬feiras em busca de uma oportunidade", diz.

Segundo o Ipea, os jovens foram os mais atingidos pelo desemprego no primeiro semestre. Aos 27 anos, Leonardo marques está sem trabalho desde dezembro de 2015 e não tem perspectivas de mudança. "A situação está muito difícil. O desemprego está grande no nosso País. Eu tenho um filho e só a minha mãe atualmente está trabalhando". Ele trabalhava em uma indústria de calçados, mas procura vaga em qualquer área. "Eu me sinto muito triste, porque todo mundo precisa trabalhar para sustentar a sua família. Tenho o segundo grau completo, mas acho que vai ser difícil encontrar um novo emprego", lamenta.

 

Fonte: Fonte: Jornal do Commercio

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