Notícias da Fenafisco
Nova lei da microempresa (Editorial)
4 de dezembro de 2006Depois de amplo período de inação – provocado em grande parte pela disputa eleitoral e abertura de várias Comissões Parlamentares de Inquérito – o Congresso Nacional tem aprovado, neste fim de ano, alguns projetos de grande importância. Entre eles, e depois de complicadíssimas negociações, o da Lei Geral da Micro e Pequena Empresa. Os novos dispositivos deverão vigorar a partir de julho de 2007).
Não se pode garantir que a lei resultou numa peça inteiramente de acordo com as aspirações de todos os interessados, mas foi bastante divulgado que a mudança maior no plano tributário diz respeito à substituição do Simples, mecanismo de cobrança que atualmente engloba numa única operação seis tributos federais (Renda, INSS, Cofins, PIS, IPI e CSLL) por um outro, o Supersimples, que inclui o ICMS estadual e o ISS municipal.
O presidente da Câmara dos Deputados, deputado Aldo Rabelo, revelou-se, após a votação, muito satisfeito com a nova lei, acreditando que ela vai favorecer a criação de empregos e a renda será mais bem distribuída. De nossa parte, temos repetidamente condenado o excesso de papelada existente no Brasil, até mesmo para o ato elementar de pagar os impostos devidos. Assim, em princípio, temos motivos para nos congratular com a simplificação agora anunciada, mas nos reservemos o direito de acompanhar sua aplicação real, para oferecer uma opinião definitiva.
Ainda que a nova lei venha reduzir as despesas das micros e pequenas empresas, é muito menos generosa do que na sua original concepção. Ao serem incluídos os sistemas tributários de Estados e municípios e ampliados os benefícios do antigo Simples ao setor de serviços, o que pretendeu o Executivo (especificamente, o Ministério do Planejamento) foi cobrar dos governadores e prefeitos uma renúncia fiscal. Mas isso gerou muitas discussões e grande tempo perdido. No fim, a tal renúncia, que havia sido calculada em cerca de R$ 16 bilhões, foi reduzida de forma drástica.
A verdade é que todo cidadão brasileiro, em especial o que reside nas áreas urbanas, é testemunha de um fenômeno que se tornou costumeiro: o de abertura e fechamento de pequenas e microempresas. A idéia que se tem é a de pessoas com iniciativa, mas sem a competência necessária, que obtiveram algum recurso extraordinário, abrirem negócio por conta própria, sobretudo nos bairros mais distantes, mas não sabem mantê-los
Quando são ouvidos, os antigos proprietários alegam quase sempre que as despesas eram excessivas, indo dos impostos à folha de pessoal (inclusive despachantes para substituir um contador), energia elétrica, água a algumas vezes gastos com telefone, mesmo que do tipo celular. Isso para não falar no aparecimento de fiscais – verdadeiros ou falsos – que exigem propina para não fazer autuações referentes à sonegação, higiene e gambiarras (o chamado “macaco”). Pelo menos no que diz respeito aos impostos, o Supersimples poderá oferecer novas facilidades, desestimulando a sonegação, que às vezes sai muito cara.
A imensa informalidade da economia brasileira tem sido apontada por muitos comentaristas como decorrente da ganância fiscal do Estado. Mas, por englobar o ICMS estadual e o ISS municipal, o Supersimples provocou a má vontade de 27 governadores e 5.500 prefeitos do Brasil. Todos estão sempre prontos a criticar a monstruosa carga fiscal do País, no entanto, quando se trata de reduzir os tributos cobrados nos Estados e municípios, armam-se de indignação.
Fonte: Jornal do Commercio
Mais Notícias da Fenafisco
Fenafisco debate impactos da PEC 66/2023 em reunião com a Pública
A Federação Nacional do Fisco Estadual e Distrital – Fenafisco, representada pelo diretor parlamentar Celso Malhani, esteve presente na reunião […]
Prêmio Congresso em Foco 2024: Fenafisco participa da cerimônia de premiação
Os parlamentares que mais se destacaram no fortalecimento da democracia neste ano foram premiados pelo Congresso em Foco 2024, em […]
Fenafisco participa de Audiência Pública promovida pelo CAE
A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado realizou uma audiência pública sobre o tema “Tecnologia e Inovação na Reforma […]
Plano Real: Fenafisco participa de Sessão Solene em Homenagem aos 30 anos do Plano
No dia 1º de julho, o Plano de Estabilização Econômica, conhecido como Plano Real, completou 30 anos. Implementado em 1994, […]