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Nova derrota do governo

3 de dezembro de 2014

BRASÍLIA – O governo fracassou ontem na sua quarta tentativa de votar a proposta que permite o descumprimento da meta fiscal de 2014. Um clima de guerra se instalou na sessão do Congresso, com brigas e xingamentos entre manifestantes, parlamentares e seguranças nas galerias da Casa, o que levou o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) a suspender os trabalhos. Após dias de rebeldia entre os aliados, os principais partidos da base entraram em acordo para ajudar o Palácio do Planalto a aprovar a medida. Porém, a oposição, com ajuda de um grupo que acompanhava a sessão nas galerias da Câmara e gritava palavras de ordem contra parlamentares da base, conseguiu impedir a análise do projeto.

Após mais de uma hora de confusão, Renan interrompeu os trabalhos e remarcou a sessão para as 10h de hoje. O cancelamento foi uma vitória da oposição. Como faltam ser apreciados os vetos presidenciais, há o risco de a votação da mudança da meta fiscal só ocorrer no dia 9. "Vinte e seis pessoas instrumentalizadas, provocando o Congresso, tumultuando. Não dá para trabalhar e conduzir a sessão dessa forma", disse Renan.

Na semana passada, os deputados peemedebistas, junto a outros partidos da base aliada, esvaziaram a sessão que apreciaria a medida e impossibilitaram a votação. A mudança de postura que levou os peemedebistas a se mobilizarem para a sessão de ontem, favoráveis ao governo, se deve a três fatores: distribuição de espaços na reforma ministerial em curso, liberação de verbas para Estados e municípios (sobretudo através de emendas parlamentares) e a campanha pela eleição de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para a presidência da Câmara.

O plenário da Câmara, onde ocorrem as sessões do Congresso, virou um verdadeiro ringue. Enquanto nas galerias havia enfrentamento entre seguranças, manifestantes e parlamentares da oposição, alguns deputados e senadores trocavam xingamentos no plenário, a poucos metros de Renan, que parecia atônito com o tumulto. A confusão começou quando ele mandou esvaziar as galerias, por volta das 19h45. Nesse momento, os manifestantes gritavam palavras de ordem contra Renan e o PT. "Ditador! O PT roubou! Vai para Cuba!", gritavam os manifestantes nas galerias.

Os seguranças foram às galerias para retirar os manifestantes, a maioria ligada ao PSDB, e usaram até uma arma que dá choque. Os líderes dos partidos de oposição, então, subiram para proteger os manifestantes, e começou a briga. Os mais exaltados eram os deputados Ronaldo Caiado (DEM-GO), Onyx Lorenzoni (DEM-RS), Fernando Francischini (SD-PR) e Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP).

Num dos momentos mais tensos, os deputados Felipe Maia (DEM-RN) e Assis Melo (PCdoB-RS) trocaram acusações e empurrões. Assis teve que ser contido por colegas do partido e Maia, pelos correligionários, inclusive seu pai, o senador Agripino Maia (DEM-RN).

Fonte: Jornal do Commercio

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