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MPPE apura esquema na Zona Azul

4 de novembro de 2014

O Ministério Público de Pernambuco investiga a participação de agentes da Companhia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU) num esquema criminoso que estaria atuando no Centro do Recife, explorando vagas de estacionamento rotativo. Os guardas estariam recebendo propina para não denunciarem a atuação irregular dos flanelinhas, que intimidam motoristas e cobram valores inflacionados pelo talão de Zona Azul. 

As denúncias não param por aí. Em audiência, na tarde de ontem, a promotora de Defesa da Cidadania, Áurea Roseane Vieira, destacou que há “empresários que vivem de comercializar espaços públicos”. Segundo ela, ruas próximas à Universidade Católica de Pernambuco são loteadas por flanelinhas, que ao final do dia entregam parte do dinheiro arrecadado aos “donos” dos locais. Há ainda ruas em que guardadores só deixam estacionar o carro se motoristas comprarem o Zona Azul vendido por eles. 

Apesar das graves denúncias, a presidente da CTTU, Taciana Ferreira, afirmou que “a função do agente de trânsito não é inibir a ação dos flanelinhas”. Disse ainda que as denúncias – muitas delas pelas redes sociais – são encaminhadas à corregedoria da Guarda Municipal. Depois, voltou atrás afirmando que não havia nada formal. Após insistência da promotora, mudou de ideia e relatou ter conhecimento de denúncias. A assessoria da Guarda Municipal, porém, afirmou não ter recebido nenhum registro da CTTU. 

A promotora insistiu sobre a responsabilidade do órgão. “A CTTU tem que tomar para si. Nosso problema é a falta de eficiência na fiscalização. O município não tem capacidade de controlar o seu próprio espaço.”

Taciana argumentou que o órgão estuda alternativas eletrônicas para a Zona Azul, mas ainda não há prazo para definição. A principal ideia é uso do smartphone. “O motorista faz o cadastro, compra créditos, identifica a vaga e estaciona”, resumiu Taciana. As vagas também devem ser ampliadas. “Estudamos adotar a Zona Azul próxima aos mercados públicos”, completou.

O comandante do 16º Batalhão da PM, major André Ângelo, disse que a atuação dos flanelinhas “desmoraliza o serviço prestado”. Ele comparou os guardadores a cambistas. “Eles adquirem os bilhetes (Zona Azul) e vendem mais caro”, disse. O comandante afirmou ainda que a PM não pode tirar os flanelinhas das ruas, mas pode atuar em casos de extorsão. 

O secretário de Mobilidade e Controle Urbano, João Braga, não compareceu à audiência. Sem definição, a promotora exigiu que os dois órgãos apresentem proposta concreta até 10 de dezembro.

Fonte: Diario de Pernambuco

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