O governador Mendonça Filho (PFL) anuncia na segunda-feira (6) os integrantes da equipe que fará a transição para o futuro governo de Eduardo Campos (PSB). Os nomes serão apresentados logo após a reunião de secretariado, marcada para às 15h, no Palácio do Campos das Princesas. Os secretários que farão a transição estão praticamente confirmados e são eles: o de Planejamento, Cláudio Marinho, o de Administração e Reforma do Estado, Maurício Romão, a da Fazenda, Maria José Briano, e o secretário-chefe do Gabinete Civil, Flávio Góes.

A dúvida é apenas a secretária Briano. Seu envolvimento na campanha – quando o então candidato Eduardo Campos a listou como um dos avalistas da operação dos precatórios, pelo fato de ela compor o quadro de auditores da Fazenda na ocasião – incomodou muito a secretária. A própria Maria José Briano teria confessado sua extrema chateação com o episódio.

A escolha de tais secretários para a equipe de transição se justifica, principalmente, pelo fato de eles estarem à frente de áreas consideradas essenciais para o fornecimento das informações exigidas em uma transição de governo. Além disso, são pessoas da extrema confiança do governador Mendonça Filho e que, portanto, conduzirão o processo exatamente da forma como pretende o pefelista.

Mendonça já anunciou que vai primar pela transparência e pela disposição total para a disponibilidade dos dados que a equipe do futuro governo considerar essencial para conhecer a estrutura da máquina estadual. Tanto zelo, entretanto, é fruto também de alertas expressos que o governador Mendonça Filho tem recebido de colaboradores bem próximos.

Há uma preocupação entre eles de que, no momento em que ocorre uma transição de governo, também se deflagra um ambiente da disputa eleitoral seguinte. Essa contaminação do ambiente administrativo pelo eleitoral leva a uma “distorção” – definição de um colaborador do governador – dos fatos sobre a realidade do Estado, principalmente a do quadro financeiro.

Entre os dados que estão sendo preparados pelo governo para repassar ao gestor seguinte está o resgate da estrutura organizacional do Estado antes da reforma administrativa de 2003. Na ocasião, alguns cargos foram transpostos para outros locais, situação que se deu também com a extinção da estrutura da Vice-Governadoria, quando Mendonça Filho assumiu o governo em 31 de março. A idéia do governador é repassar o Estado em sua estrutura original.

Na reunião de secretariado, que realiza na segunda, Mendonça também vai definir o cronograma de obras para os últimos 60 dias de seu governo. (A.L.A.)

Fonte: Jornal do Commercio