Notícias da Fenafisco
Mantega quer manter meta de inflaçãoem 4,5% em 2009
15 de março de 2007
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, defendeu ontem que a meta de inflação de 2009 deve ser de 4,5%. Essa decisão será tomada em junho pelos integrantes do Conselho Monetário Nacional (CMN) que, além de Mantega, tem o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, e o presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles.
Mantega fez esse comentário ontem quando tentava explicar suas declarações, dadas na terça-feira, sobre o que o BC deveria fazer. No Senado, quando foi apresentar o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o ministro da Fazenda disse que “o BC tem sim que cumprir 4,5%. O centro (do intervalo de tolerância) é 4,5% e não outro. Isso será determinado ao Banco Central de modo que possibilite crescimento econômico”.
Mas ontem, Mantega disse que foi mal interpretado e que não defendeu inflação maior ao afirmar que o BC tem de mirar nos 4,5%. Em 2006, a inflação oficial foi de 3,14%. Em 2005, a meta de inflação foi de 5,5%. Em 2005, o objetivo central da política monetária era 4,5%, mas o BC perseguiu 5,1%. De 2006 a 2008, o alvo determinado foi de 4,5%. O intervalo tolerado para a meta de inflação é de dois pontos percentuais, acima ou abaixo do centro.
“Estou chovendo no molhado porque isso é o que dispõe a legislação. O que eu quis dizer foi que o BC deve perseguir essa meta porque ela foi fixada pelo governo e pelo CMN como a meta que permite, ao mesmo tempo, conciliar uma inflação sob controle e um crescimento maior da economia”, explicou.
Insistindo que não tinha defendido maior tolerância com a inflação para permitir maior crescimento da economia, Mantega ponderou que se o país conseguir menos inflação praticando uma política monetária mais flexível, seria melhor ainda. “Uma grande conquista da sociedade brasileira foi ter conseguido uma inflação baixa e essa conquista tem que ser mantida porque uma inflação baixa não corrói salários e dá previsibilidade à economia. O ideal seria que nós conseguíssemos ter uma inflação suíça, que é de 1% ao ano, e um crescimento chinês. Claro que é difícil fazê-lo. Então, é preciso que inflação e crescimento estejam mais equilibrados”, comentou.
Mas ao negar que a meta de inflação de 2008 (4,5%) pode ser revisada para baixo, Mantega também comentou que o objetivo da política monetária, para 2009, deve ser o de buscar uma inflação de 4,5%. Ponderando os preços em alta das commodities e a influência dos preços administrados, o ministro revelou que a conclusão do governo foi a de que uma inflação de equilíbrio é de 4,5% ao ano. “Se pudesse ser menor, é claro que seria melhor. Quanto menor, melhor. Desde que ela não sacrifique o crescimento. Essa é a filosofia”, disse.
Avaliando previsões de mercado que apontam para uma meta de inflação de 4% em 2009, Mantega disse que prefere os 4,5%. “Nós devemos continuar com 4,5%. Se a gente conseguir 4%, o importante é essa conciliação. O que não dá é, como se fazia no passado, ambicionar uma inflação muito baixa, descumprir a meta e nem conseguir o crescimento. Já tivemos centro da meta de 3%. Depois, tinha que ser revisada. Essa é a minha preocupação. Querer uma inflação baixa todo mundo quer. A questão é se o país tem condições. Se eu disser: vamos fixar uma meta de 2%. Não vai ser possível, e o BC teria que fazer um esforço tamanho, com uma taxa de juros tão alta que nós não teríamos crescimento da economia”, justificou.
A política cambial também foi analisada por Mantega. O ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, falou ontem, na Câmara, que o câmbio vai ficar estável. É exatamente o contrário da previsão feita pelo ministro da Fazenda.
Para Mantega, em algum momento essa desvalorização vai ocorrer. “Temos um câmbio flutuante. É difícil fazer previsão. Disse que o câmbio brasileiro se valorizou e a tendência é que permaneça relativamente valorizado pelas novas condições. Mas se ele conseguir estabilidade, melhor ainda.”
Na visão do ministro da Fazenda, essa estabilidade cambial foi obtida. Disse que, nos últimos seis meses, a moeda brasileira foi uma das mais estáveis. A exceção ocorreu três semanas atrás, quando oscilou um pouco para baixo em virtude da turbulência provocada pela forte queda da bolsa de Xangai.
Fonte: Valor Econômico – Brasil/Política e Internacional
Mais Notícias da Fenafisco
Câmara aprova PEC do corte de gastos e altera o texto referente aos supersalários
A Câmara dos Deputados aprovou a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 45/24, referente ao pacote de ajustes fiscais do […]
Reforma tributária: Procuradorias querem aumentar influência na gestão de tributos
Entidades do fisco denunciam a tentativa de procuradores e advogados públicos dos estados e municípios de influenciar o Comitê Gestor […]
Fenafisco reforça a importância da justiça fiscal e do fortalecimento das administrações tributárias na 13ª IAMRECON
Dando continuidade às discussões sobre os desafios e perspectivas para o setor público nas Américas, a Federação Nacional do Fisco […]
Último painel da 9ª Plenafisco trouxe os panoramas da conjuntura política brasileira
Para fechar os painéis do último dia da 9ª Plenafisco, Francelino Valença, presidente da Fenafisco e do Sindifisco Pernambuco, e […]