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Mais um capítulo na novela do túnel

27 de janeiro de 2015

Adiada várias vezes, a inauguração do Túnel da Abolição, na Madalena, Zona Oeste do Recife, ainda não tem data marcada, embora o governador Paulo Câmara tenha dado prazo até fevereiro para conclusão da obra, que se arrasta desde maio de 2013. Segundo a Secretaria Estadual das Cidades, hoje há reunião com a construtora responsável para definição sobre a retomada do serviço que parou em dezembro passado, diante da dificuldade de se conter a água proveniente do lençol freático.

Com 287 metros de extensão e orçado em R$ 16 milhões, o túnel deveria ter sido entregue em janeiro do ano passado. O equipamento faz parte do Corredor Leste-Oeste do BRT (ônibus de trânsito rápido), projetado para ser inaugurado na Copa do Mundo e até agora também sem conclusão. Sua função é desafogar o tráfego na Avenida Caxangá, Rua José Osório e imediações, bastante saturado. Com ele, a capacidade viária do cruzamento da Rua Benfica com a Real da Torre, que hoje é de 4.620 veículos por hora, passa para 8.250 veículos por hora.

No último dia 15, a pista lateral ao túnel, no final da Rua Real da Torre, que estava interdita há dois anos, foi liberada ao tráfego, para amenizar os engarrafamentos diários na Rua José Osório, que recebia todo a circulação local. Mas vem sendo pouco utilizada. Falta sinalização e problemas no asfalto – que apresenta grandes desníveis, inclusive numa boca de lobo – são um risco para os motoristas.

"A ponta dessa mureta do túnel já foi derrubada por um carro. E o meio-fio está tão baixo que o motorista não sabe onde é pista e onde é calçada. Se deixarem desse jeito, vai ter muito acidente ainda por aqui", alerta o vendedor de raspa-raspa José Severino. "Além disso, ainda deixaram esses dois obstáculos na calçada (disse apontando para dois tipos de tampas). Uma senhora hoje tropeçou e caiu. Onde é que pedestre tem prioridade por aqui?", questiona.

Moradores e comerciantes reclamam de prejuízos com a obra. "O movimento caiu uns 50%", afirma Genivaldo da Silva, 47. Com casa e uma loja de produtos usados ao lado do túnel, há 35 anos, José Augusto Teixeira, 55, diz que quase quebrou tudo de desespero. "Precisei de ajuda da família. Nem o IPTU (mais de R$ 2 mil) consegui pagar sem cliente. O governo deveria ter pensado na gente. Teve dia que nem de bicicleta dava pra sair de casa".

Conforme a Secretaria das Cidades, faltam apenas duas intervenções para concluir a obra viária: recapeamento das placas de concreto e a instalação do sistema de drenagem do túnel, a fim de evitar alagamentos. O equipamento terá acesso dos pedestres por meio de escada e elevador, possibilitando uma parada de ônibus no local.

Fonte: Jornal do Commercio

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