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Mais polêmica sobre finanças

13 de dezembro de 2006

 

Sob o argumento de que era preciso restabelecer a verdade dos fatos, o deputado Raul Henry (PMDB) foi escalado ontem para defender o governo. O parlamentar abriu o debate na Assembléia Legislativa ressuscitando os números sobre a saúde financeira de Pernambuco. Ele fez um comparativo entre o governo Arraes e a gestão atual. Durante a discussão, o peemedebista garantiu que o governador Mendonça Filho (PFL) vai entregar o estado equilibrado e com capacidade de investimento. A estratégia provocou reação imediata da oposição.

  Raul defendeu o governo no mesmo instante em que o governador concedia entrevista coletiva no Palácio das Princesas para anunciar a antecipação do salário de dezembro. Antes o pagamento começava a ser efetuado a partir do dia 28 e este mês será entre os dias 19 e 22. A atitude do peemedebista foi uma espécie de contraponto aos dados repassados, na semana passada, pela equipe de transição à bancada aliada do governador eleito Eduardo Campos (PSB). Na ocasião, o vice-governador eleito João Lyra Neto (PDT) classificou a situação do estado de “frágil” equilíbrio financeiro.

  Ontem, o deputado governista disse que abordou o assunto porque era preciso enfrentar o debate restaurando a verdade. “A versão que foi para as ruas após a reunião de Eduardo Campos com os deputados de sua base é que o estado estava desequilibrado e isso não corresponde à verdade”, criticou. O deputado Sílvio Costa (PMN) rebateu os dados apresentados por Raul, alegando que o governo atual duplicou a dívida do estado. “Em 1998 todos os estados do Brasil estavam deficitários. Não foi privilégio apenas de Pernambuco. Vocês vão fechar dezembro com caixa negativo. Prova disso é projeto que prorroga para janeiro os encargos previdenciários”, condenou o parlamentar, minutos antes do governo anunciar a retirada do projeto de pauta.

  De acordo com o líder da oposição, deputado Isaltino Nascimento (PT), o governo não apresentou dados concretos, mas apenas tendências. “Não há transparência. Solicitamos o acesso ao Siafem para sabermos sobre a real situação do estado, mas o governo não liberou”, criticou.

Recursos – Durante o debate, Raul explicou que em 1998 a poupança corrente (verba usada para amortização da dívida e para investimentos) estava negativa em R$ 269 milhões e em 1995 ficou positiva alcançando o patamar de R$ 734 milhões. No segundo quadrimestre desse ano, a poupança chegou a R$ 997 milhões, dos quais R$ 311 milhões foram para amortatização da dívida e R$ 686 milhões para investimento.

  Quanto à folha de pessoal, o deputado governista disse que em 1998 o estado comprometia 70,85% da receita. Em 2005 o valor caiu para 52,2%. Sobre os contratos assinados, o governo tem entre financiamentos nacionais e internacionais R$ 735 milhões. Desse total foram liberados e executados R$ 578 milhões. Faltam liberar R$ 578 milhões. E sobre os convênios com o governo federal Pernambuco garantiu R$ 552 milhões.

Fonte: Diário de Pernambuco

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