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Mais perto do racionamento

23 de janeiro de 2015

BRASÍLIA E RIO – Dois dias depois de afirmar que Deus é brasileiro e que não há risco de faltar energia, após apagão que atingiu 11 Estados e o Distrito Federal na segunda (19), o ministro das Minas e Energia, Eduardo Braga, admitiu a possibilidade de o governo adotar racionamento ou outras medidas para tentar reduzir o consumo. Braga disse que, se o volume de água dos reservatórios das hidrelétricas chegar ao chamado nível prudencial, de 10%, será necessário agir com maior dureza.

Segundo ele, esse limite vale tanto para que seja decretado racionamento quanto para que se inicie uma campanha de racionalização. "Mantido o nível que temos hoje dos reservatórios, temos energia para abastecer o Brasil. É obvio que, se tivermos mais falta de água, passarmos do limite prudencial de 10% nos nossos reservatórios, aí estaremos diante de um cenário que nunca foi previsto em nenhuma modelagem", pontuou.

Segundo ele, o limite de 10% é o estabelecido como mínimo para funcionamento das usinas. "A partir daí teríamos problemas graves, mas estamos longe disso", afirmou.

De acordo com os dados mais recentes publicados pelo site do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), os reservatórios no Sudeste/Centro-Oeste, os mais importantes para geração hídrica no País, estão em 17,43%. O Nordeste está com 17,18%, e o Norte, com 35,2%. Só o Sul apresenta indicadores melhores, com 67,17%. "É claro que, se tivermos de tomar uma medida prudencial, nós tomaremos. Se atingirmos 10%, é o limite", disse o ministro. Ele não explicou se as medidas serão tomadas caso os reservatórios do Sudeste/Centro-Oeste, os mais importantes, atinjam esse patamar ou se a restrição viria se houvesse problemas também no Nordeste, por exemplo.

O ministro ainda relatou que o ritmo hidrológico já atingiu o mínimo em diversas regiões do País e que, além da questão hidrelétrica, o abastecimento de água também preocupa o governo. "Estamos traçando cenários com especialistas para estabelecermos planos. Temos que acompanhar a situação com atenção sem sermos otimistas nem pessimistas", afirmou Braga.

PREJUÍZO

Durante o apagão de segunda-feira, a indústria de transformação de plásticos contabilizou perdas de aproximadamente R$ 23 milhões com matéria-prima danificada, mão de obra ociosa e danos a equipamentos. "É um problema voltar a operar depois da parada inesperada. Perde-se muito produto. Sai material com defeito, que não pode ser usado", afirma José Roriz Coelho, da Abiplast.

Para Paulo Pedrosa, presidente da Abrace (associação de grandes consumidores industriais de energia), a atenção dos empresários está agora voltada ao futuro. "Uma vez na vida é da lógica do sistema". O importante é que não se torne regra, diz Pedrosa.

Para reduzir a imprevisibilidade, a indústria cobra do governo maior transparência sobre o racionamento. "Quem vai investir num lugar em que falta energia? O ministério precisa passar para a indústria qual é a real situação, pois até para reduzir produção precisamos nos programar com antecedência, diz Fátima Ferreira, diretora da Abiquim.

Fonte: Jornal do Commercio

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