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Lula recebe 58 milhões de votos

30 de outubro de 2006

 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi reeleito com mais de 58 milhões de votos (60,8% dos válidos). Na comparação com o primeiro turno, o petista recebeu quase 12 milhões de votos a mais. Por outro lado, seu adversário, Geraldo Alckmin (PSDB) terminou o segundo turno com 37,5 milhões de votos (39,1% dos votos válidos). No espaço de um mês entre os dois turnos, o tucano perdeu praticamente 2,5 milhões de votos em todo o país. Alckmin só ganhou de Lula no Sul do país, mesmo assim o petista diminuiu a diferença. Em Pernambuco, a história se repetiu. Enquanto Lula cresceu e terminou as eleições com 3.260.996 votos (78,48% dos válidos), Alckmin caiu de 964.730 para 894.062 votos (21,52% do total de válidos).

  Em seu primeiro pronunciamento, logo após a confirmação de sua eleição pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o petista disse que seu futuro governo dará “preferência” aos pobres. “Agora não tem mais adversário. Agora, o adversário são as injustiças sociais”, afirmou. Acompanhado de ministros e da primeira-dama, Marisa Letícia, Lula disse que o diálogo com a oposição e todos os governadores eleitos do país é prioridade. Vestindo uma camiseta branca com a frase “A vitória é do Brasil”, o presidente discursou em um hotel de São Paulo e respondeu a perguntas de jornalistas.

Pacto – Lula, a partir de agora, enfrentará talvez o primeiro problema de seu novo mandato: traçar a estratégia para garantir a governabilidade nos próximos quatro anos. A aprovação das reformas e os ajustes na máquina pública dependem do apoio dos governadores eleitos e do Congresso. Mais do que no atual governo, será fundamental promover uma aliança político-partidária, especialmente, como o PMDB.

  Com o resultado de ontem, o mapa político do país mostra-se favorável a Lula. O PT saiu das eleições menos destruído do que se antecipava, perdeu em alguns estados (SP, RS e MG), mas ganhou, por exemplo, na Bahia – tradicional reduto do PFL. Terá, no entanto, que aparar as arestas para ter forças ese credenciar para as próximas eleições. Dos 27 governadores eleitos, oito são de partidos aliados. Outros quatro são de legendas oposicionistas, mas já declararam apoio ao petista, como Blairo Maggi (PPS), do Mato Grosso. O PMDB elegeu sete governadores. Destes, pelo menos três apoiaram Lula e, a depender das negociações, espera-se que os demais forjem um acordo com o Palácio do Planalto.

  O presidente poderá ter uma certa dificuldade com o PSDB que elegeu Aécio Neves e José Serra, de Minas Gerais e de São Paulo, respectivamente. Lula e Aécio mantêm um bom diálogo. Com Serra é mais conturbado.

  Na Câmara dos Deputados, se considerarmos PT, PSB, PP, PL, PTB e PCdoB como os partidos da base de apoio ao presidente Lula, são 209 deputados. O PMDB, que na eleição de 2002 também era da base aliada, elegeu 89 parlamentares. Na avaliação do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), apesar de ter havido a substituição de 244 dos atuais 513 deputados, a composição partidária e a correlação de forças se manterão praticamente inalteradas.

  Em todos os cenários, mesmo com o desempenho do PT nas urnas, a governabilidade dependerá das relações do presidente com o PMDB. Por isso, espera-se que o partido receba uma boa fatia de poder a partir de janeiro. Como se viu nesta campanha, parte do PMDB será resistente a essa coalizão, mas Lula já conta com o apoio de peemedebistas históricos, como Orestes Quércia, Roberto Requião e Newton Cardoso.

Fonte: Diário de Pernambuco

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