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Lula prega rigor fiscal em reunião com ministros

3 de abril de 2007

BRASÍLIA – Mesmo com um cenário otimista da economia brasileira, traçado pelo ministro Guido Mantega (Fazenda), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem, na primeira reunião ministerial do segundo mandato, que o governo manterá o rigor fiscal e não soltará as rédeas dos gastos públicos. Manter a inflação sob controle, segundo Lula, continuará sendo prioridade do governo para proteger a renda dos mais pobres. O presidente afirmou, ainda, que não deixará dívidas e pendências para seu sucessor.

Mantega apresentou dados da economia brasileira e disse que em breve o risco Brasil, que hoje está em 165 pontos, cairá para 110 a 100 pontos. Ao comentar a intervenção de Mantega, o primeiro a falar aos novos ministros – nove novos e mais três que foram remanejados – Lula afirmou que sempre que a situação econômica do País melhora aparecem pessoas dizendo que está na hora de soltar as rédeas e gastar.

“Não vou fazer isso, não vamos soltar as rédeas. E eu não vou deixar dívidas e pendências para meu sucessor”, disse Lula, segundo o ministro de Comunicação Social, Franklin Martins, que fez o relato da reunião. Ainda de acordo com Franklin, Lula disse que o governo “manterá a mesma sobriedade nos gastos públicos e que o controle da inflacionário é sagrado, porque a inflação atinge os mais pobres”.

Lula lembrou que em 2003 tomou a decisão de gastar o capital político que tinha acumulado nas eleições de 2002 para organizar o País, e considera que valeu a pena. Segundo Franklin, o presidente afirmou que “a transfusão de sangue deu certo” e, a partir do primeiro ano de mandato, o País se organizou para crescer. Para Lula, as medidas foram duras, mas o tempo mostrou que valeu a pena.

No mesmo discurso de que é necessário reduzir os gastos, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, classificou de “batalha política fundamental para o sucesso do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC)” a aprovação, pelo Congresso, do dispositivo que limita em 1,5% (aumento real), mais a reposição da inflação, o reajuste salarial do funcionalismo público.

A preocupação do governo é deixar claro que os índices de reajuste de 2005 e 2006, que superaram a inflação e trouxeram ganhos reais aos servidores, não se repetirão. A MP encontra resistência entre o funcionalismo público e até mesmo entre parlamentares da base de apoio ao governo. Para facilitar a aprovação de outros projetos do PAC, alguns líderes aliados querem levar para o fim da fila a votação desse dispositivo.

“O plano garante a recomposição dos efetivos do funcionalismo, com algum ganho salarial, mas dentro de um processo que é controlável”, afirmou Franklin, em referência às declarações de Paulo Bernardo. Franklin disse que alguns Estados e prefeituras têm manifestado interesse em adotar mecanismo semelhante na fixação de limite de reajuste dos servidores e, se possível, pretendem se valer da medida que está no Congresso. Lula fez o alerta após Mantega falar sobre a economia brasileira, apresentando dados que indicam o crescimento do País nos próximos anos.

Fonte: Jornal do Commercio

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