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Jorge Rachid convoca reunião de emergência
28 de junho de 2006
BRASÍLIA e SÃO PAULO – O agravamento da greve dos auditores fiscais, que já prejudica a produção da indústria nacional, obrigou ontem o secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, a convocar uma reunião de emergência com todos os superintendentes regionais do órgão. Mas nada foi decidido. Perto de completar dois meses no dia 2, a paralisação dos auditores ganhou força depois que a governo apresentou uma proposta salarial considerada insatisfatória pela categoria.
Os servidores correm contra o tempo para conseguir um acordo favorável, porque no próximo dia 30 termina o prazo para o governo conceder reajuste salarial antes das próximas eleições.
Ontem, em rápida entrevista na saída do ministério da Fazenda, o ministro Guido Mantega considerou normal “um pouco de excitação” por parte dos funcionários públicos em torno dos reajustes salariais, devido ao prazo da legislação eleitoral. E prometeu que até o final da semana as questões salariais, que estão levando várias categorias de servidores à paralisação, estarão resolvidas, sem indicar, no entanto, que providências o governo vai tomar para conter os movimentos grevistas.
De acordo com o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Unafisco), delegados e inspetores que ocupam posições de chefia já começaram a entregar os cargos. Até agora, esse movimento estava ocorrendo somente entre os auditores com cargos que recebem comissão.
A greve também recebeu, nos últimos dias, novas adesões. Auditores que trabalham no Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, paralisaram suas atividades por tempo indeterminado. Os profissionais do Porto de Santos iniciaram paralisação de 96 horas. No porto, são liberados em média 3 mil contêineres por dia.
O Unafisco calcula que seriam necessários 16 dias para zerar a carga represada no Porto de Santos somente nesses quatro dias de paralisação da Receita Federal.
AUTOMÓVEIS – A General Motors do Brasil pode paralisar as atividades de suas fábricas no País por causa da falta de peças importadas para a produção. Lotes de componentes vindos principalmente da Europa estão retidos nos portos em decorrência da greve dos fiscais da Receita Federal. Os modelos mais afetados são Vectra, Zafira e Astra, que tem índice maior de componentes trazidos do exterior. “Temos peças para operar até quarta-feira, depois disso, se nada mudar, teremos de parar”, disse o presidente da montadora, Ray Young.
O mesmo problema enfrenta a DaimlerChrysler, dona da marca Mercedes-Benz, que também só tem estoques de componentes importados para operar até hoje. A montadora de caminhões e ônibus em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, já chegou a parar no dia 5, por meio período. A empresa só está operando esta semana porque conseguiu liberar uma carga de peças vindas da Alemanha às 20h30 da sexta-feira passada.
Fonte: Jornal do Commercio
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