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IR na última hora pode ser vantajoso

23 de março de 2006

 

SÃO PAULO – Receber a restituição do Imposto de Renda nos últimos lotes pode ser um bom negócio para quem não tem dívidas que precisam ser pagas com urgência. Quem entrar no último lote, por exemplo, pode receber o dinheiro corrigido em até 10%. Se o mesmo valor tivesse sido depositado em março e resgatado em dezembro, renderia cerca de 8% na poupança e 8,5% em fundos DI. Os índices são resultado de simulação.

Isso porque a Receita Federal considera a Selic, taxa básica de juros definida pelo Governo, para corrigir as restituições. Vale o acumulado até o mês anterior mais 1% do mês em que a restituição está sendo paga. Em época de Selic alta, pode ser vantagem ficar para os últimos lotes.

Não é à toa que a própria Receita já disse que, mesmo quando cai na malha fina, o contribuinte pode ter a certeza de que o “dinheiro está bem guardado”. A cada mês que passa, a correção é maior. Mas ter a restituição no último lote apenas vale a pena para quem não precisa pagar dívidas, como o cheque especial. Nesses casos, o rendimento da restituição não compensa os juros da dívida.

O economista Miguel de Oliveira fez os cálculos da Selic com base na taxa atual e expectativa de queda nos próximos meses e levou em conta, ainda, a inflação e o comportamento da economia em ano eleitoral. Segundo ele, o rendimento do IR é melhor do que poupança ou fundos DI.

A Selic alta contribui para um rendimento melhor nas restituições. Além disso, é preciso considerar que 10% de rendimento, por exemplo, é mais que o dobro da inflação do ano. Isso significa ganho real, e o contribuinte mantém o poder de compra”, disse Miguel de Oliveira.

O prazo para declarar vai até 28 de abril, e a ordem de entrega define a formação dos lotes. Ou seja, teoricamente, quem entrega antes recebe nos primeiros lotes. A regra não vale nos casos dos 700 mil contribuintes com mais de 60 anos que, pelo Estatuto do Idoso, têm prioridade e entram no primeiro lote.

A Receita recebeu, até as 17h30 de terça-feira, 3,4 milhões de declarações do Imposto de Renda da Pessoa Física 2006, ano-base 2005. Isso representa crescimento de 9,6% na comparação com o mesmo período do ano passado.

Fonte: Folha de Pernambuco

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