Marca SINDIFISCO Sindicato do Grupo Ocupacional Administração Tributária do Estado de Pernambuco

Notícias da Fenafisco

Ipea apresenta fórmula para o Brasil crescer mais

16 de novembro de 2006

Enquanto a equipe econômica se debruça sobre soluções de curto prazo para aquecer a economia, e garantir um avanço de 5% do PIB ainda em 2007, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), propôs uma série de medidas que deveriam ser aplicadas já para garantir que o país tenha condições, em quatro ou cinco anos, de alcançar um crescimento sustentado, ou seja, constante. Para isso, insiste em teto para os gastos públicos, déficit zero nas contas do Tesouro, inflação de 3% ao ano e mudanças no Banco Central e no Conselho Monetário Nacional. O “pacote do Ipea”, elaborado pelo diretor de estudos macroeconômicos da entidade, Paulo Mansur Levy, e o economista Fabio Giambiagi, é declaradamente de longo prazo – de 12 anos.

  Afinal, tem como premissa que crescimentos na casa dos 5% ao ano ainda não são sustentáveis no Brasil. “É possível atingir o crescimento de 5% em um ano específico, basta que sejam dadas certas condições. Mas o importante é conseguirmos fazer isso de maneira continuada e sustentável. O investimento precisa ser maior”, explica o gerente da Unidade de Política Econômica da Confederação Nacional da Indústria, Flávio Castelo Branco. É justamente aí que está o nó, como explicam Levy e Giambiagi. De um lado, carências de infra-estrutura tornam até temerosas taxas de crescimento elevadas – os velhos problemas nos portos, estradas e, especialmente, de energia elétrica.

  De outro, o endividamento do país é tão grande que sufoca o investimento, inclusive nesses setores, e mantém as taxas de juros nas alturas. O ponto principal do “pacote do Ipea” é o controle dos gastos e a conseqüente redução deles em relação ao Produto Interno Bruto. Nesse sentido, defende uma economia para zerar o déficit público: a poupança de recursos suficientes para tapar o buraco anual nas contas do governo, que no ano passado foi de R$ 63 bilhões (e até setembro estava em R$ 41 bilhões).

  A idéia é transformar o superávit primário (sem contar os juros) em superávit nominal (inclui os juros), para que até o final da década adívida líquida do setor público seja de 40% do PIB. Hoje, em cerca de R$ 1 trilhão, ela representa pouco mais de 50% do PIB. A redução do endividamento é importante para maiores cortes nos juros, o que daria fôlego ao país para diminuições na carga tributária.

  “Desse modo, o setor privado que convive com um quadro de taxas de juros extremamente elevadas, pesada dívida pública, baixo investimento e carga tributária crescente, passaria a atuar num contexto de juros menores, dívida declinante, investimento ascendente e menos impostos. O efeito disso sobre a economia permitiria transitar rumo a um quadro de expansão do PIB em torno de 5% ao ano”, acredita o Ipea.

Fonte: Diário de Pernambuco

Mais Notícias da Fenafisco