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Indústria e comércio criticam a taxa Selic

17 de setembro de 2006

 

A Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) do Recife e a Federação das Indústrias de Pernambuco (Fiepe) não perceberam, até o momento, impacto significativo da redução da Selic na economia. A taxa foi reduzida em todas as reuniões realizadas pelo Copom desde setembro de 2005. Segundo a Austin Rating, o percentual projetado para o final deste ano será o menor desde 1974.

Jorge Côrte Real, presidente da Fiepe, acredita que a economia sentirá um impacto maior da redução da taxa de juros quando ela for mais compatível com o cenário internacional. O percentual brasileiro é ainda elevadíssimo. Segundo Côrte Real, a indústria ainda não está sentindo um incentivo maior ao investimento produtivo. Se os juros caem, as empresas são impulsionadas a ampliar suas fábricas.

Os bancos também não reduziram, na mesma proporção da queda da Selic, as taxas de financiamento para pessoa jurídica. Segundo a Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), a taxa média para as empresas sofreu uma redução de apenas 2,88 pontos percentuais de setembro de 2005 para agosto deste ano.

Sílvio Vasconcelos, presidente da CDL Recife, não percebeu uma grande movimentação do comércio em virtude da redução da Selic nos últimos meses. “Os juros aplicados no mercado estão acima da Selic e o povão não sente tanto essa redução”.

Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating, também lembra que é necessário um tempo de maturação para a economia sentir mais as quedas da Selic. O efeito prático demora três, seis até nove meses. Se a economia de países emergentes está num processo de crescimento significativo, isso leva uns três meses.

Ainda que as repercussões tenham sido tímidas até o momento, alguns economistas apontam alguns efeitos das últimas reduções da Selic. “No primeiro trimestre deste ano, os investimentos cresceram 9% e uma parte se deve à queda da taxa de juros. A queda dos juros aliada aos incentivos fiscais impulsionam a aquisição de bens e máquinas”. Já no segundo trimestre, diz o economista, houve uma queda de 2% nos investimentos. “Mas é natural uma redução do ritmo de investimentos. O que houve no segundo trimestre foi apenas um ajuste”. A perspectiva é que as aplicações continuem acontecendo até o final do ano, mas de forma reduzida.

Há também o efeito psicológico com as perspectivas futuras. Se as empresas estiverem confiantes na economia, começam a investir e ampliar a produção. “À medida que a taxa de juros cai, as expectativas do consumidor também são fortalecidas. Há geração de investimento e consumo”, complementa Agostini.

O consumo continua a expandir. A gente continua tendo indicadores favoráveis no mercado de trabalho”, considera Zeina Latif, economista-chefe do Banco Real. Zeina explica que os bens duráveis e semi-duráveis são os primeiros, como a venda de imóveis e automóveis, a reagir com a queda dos juros.

Fonte: Jornal do Commercio

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