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HSBC está de saída do mercado brasileiro

10 de junho de 2015
Ovarejo bancário brasileiro ficará ainda mais concentrado nos quatro maiores bancos nacionais (Banco do Brasil, Caixa, Itaú e Bradesco). O britânico HSBC anunciou ontem, dentro de um programa de reestruturação mundial, que vai se desfazer do grosso de suas atividades no Brasil. O corte será nas operações de crédito voltadas ao consumidor. A participação deve ficar restrita aos clientes institucionais. A estratégia é a mesma anunciada pelo francês Société Général em fevereiro. O clima é de apreensão para o grupo de 22 mil bancários do HSBC espalhados por 853 agências. Em Pernambuco são 300 colaboradores. 

A especulação do mercado é a de que Itaú e Bradesco estão no páreo disputando as carteiras de clientes pessoa física do HSBC. Segundo Jaqueline Mello, presidente do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, as fusões e incorporações bancárias são traumáticas para a categoria. Ela aponta a venda dos bancos públicos nos anos 1990, citando o Bandepe, comprado pelo ABN-Real e depois terminou nas mãos do banco espanhol Santander. “Sempre tem fechamento de agências e a demissão de trabalhadores.”

O impacto maior da venda da operação será em Curitiba, sede do HSBC no Brasil, onde estão lotados 7 mil colaboradores. Foi no Paraná onde o HSBC se instalou quando comprou o Bamerindus, em 1997, com recursos do Proer. Pernambuco tem oito agências (cinco no Recife, uma em Caruru e uma em Petrolina). Ontem foi realizada uma paralisação de advertência dos funcionários da agência da Avenida Agamenon Magalhães. 

Em nota, o HSBC informou que está em processo de venda e não de encerramento de suas operações no país, e que vai manter presença no Brasil para atender os clientes corporativos de grande porte em suas necessidades internacionais. “O banco segue operando normalmente e, mesmo após a venda, seguirá prestando serviços aos seus clientes.” Em nota, o Itaú informou que “sempre avalia oportunidades focadas no crescimento do banco no Brasil e na América Latina e na geração de valor aos acionistas”. O Bradesco não comentou o assunto. O Banco Central adotou a mesma postura.

Leandro Strasser, sócio-consultor da Finacap, diz que a saída do HSBC do varejo vai concentrar ainda mais ativos, patrimônio líquido, gestão de recursos e de fundos nos quatro maiores bancos brasileiros. Ele explica que a decisão do banco deve ter sido motivada pela falta de escala para competir nesse segmento. Na avaliação dele, a operação  não trará grande impacto ao mercado financeiro.

Os 10 milhões de clientes do HSBC no Brasil devem esperar os desdobramentos da operação. A coordenadora institucional da Proteste Associação de Consumidores, Maria Inês Dolci, recomenda cautela. “Não se precipite, aproveite para consultar outros bancos e comparar as tarifas.” É bom lembrar que qualquer operação de venda de ativo bancário deve ser analisada e aprovada pelo Banco Central.

 

Fonte: Diario de Pernambuco

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