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Hospitais mantêm serviços ao Gremes por mais 8 dias

1 de novembro de 2006

 

Os hospitais privados decidiram dar uma trégua de oito dias às empresas de autogestão, antes de suspender os atendimentos eletivos aos 180 mil usuários das 23 operadoras associadas ao Gremes (Grupo de Empresas de Autogestão em Saúde). Na audiência realizada ontem na sede da Defensoria Pública, o Sindicato dos Hospitais de Pernambuco (Sindhospe) apresentou uma contraproposta de reajuste de 33,08% no valor das diárias e taxas dos hospitais padrão especial e 27,72% do padrão I, e a manutenção da tabela Sinpro com 20% para o material descartável. O Gremes vai submeter a proposta à assembléia e na próxima quarta-feira anuncia a decisão das empresas.

  As planilhas apresentadas pelo Sindhospe apontam para a defasagem de 70% nos custos hospitalares nos últimos cinco anos. O peso maior é dos descartáveis (algodão, gazes, ataduras, etc), cujo média é de 28% no custo total dos hospitais privados. O Gremes insiste no reajuste de 11,23% nos valores da atual tabela das diárias e taxas dos hospitais padrão I, de 17,36% para o padrão especial, e a tabela de descartáveis pelo Sinpro com margem de comercialização de 15%.

  Diante do novo impasse, os 12 hospitais associados ao Sindhospe ameaçaram na sexta-feira passada suspender os atendimentos eletivos, mas ontem com a intermediação da Defensoria Pública decidiram aguardar a decisão das empresas de autogestão até a próxima semana. Mardônio Quintas, presidente do Sindhospe, diz que os hospitais chegaram ao limite. Segundo ele, só para repor a inflação dos últimos cinco anos pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) o reajuste das diárias e taxas deveria ser de 64%. Quintas argumenta que existem empresas sob o “guarda-chuva” do Gremes sem condições de pagar a atual tabela aos conveniados.

  O diretor-presidente do Gremes, Sérgio Sônego, argumenta que as empresas de autogestão estão com dificuldades financeiras e terão que analisar o impacto da proposta do Sindhsope nos seus caixas. Ele avalia a possibilidade de algumas empresas assinarem o acordo com os 12 hospitais associados ao sindicato e outras operadoras montarem uma rede alternativa de atendimento. “Vamos tentar fechar o acordo com o máximo de empresas, mas os nossos usuários não ficarão sem alternativas de serviços”, avisa.

  Participaram da reunião de ontem na Defensoria Pública representantes dos hospitais e das empresas de autogestão. Na oportunidade, a defensora pública Cristina Sakaki informou aos participantes que tomará todas as providências para evitar a suspensão do atendimento e prejuízos para os usuários dos planos de saúde. Caso o acordo não seja possível e se confirme o rompimento dos contratos, a defensora pretende acionar a Justiça. Ela considera viável a contratação de uma rede alternativa, desde que o padrão dos serviços seja mantido.

Fonte: Diário de Pernambuco

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