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Hora da prudência nas aplicações

22 de junho de 2014

Investir em títulos públicos com taxas pré-fixadas parece ser um bom negócio. As Letras do Tesouro Nacional (LTN), com vencimento para 2018 e que tem liquidez semanal para quem não quiser esperar até o final do prazo, paga hoje uma taxa de 11,68% ao ano, num cenário de inflação perto dos 6% e de manutenção da Selic em 11%. Cravando numa taxa maior, além de proteger o dinheiro, o investidor consegue uma boa rentabilidade em cima da inflação e até um prêmio sobre os juros básicos. A questão é que o País está às vésperas da eleição presidencial e as incertezas políticas podem deixar a rentabilidade da taxa pré-fixada mais imprevisível que a de uma aplicação pós-fixada, atrelada aos índices de juros.

"Em momento de transição de política econômica e de governo, a atitude mais ponderada é atrelar o investimento a títulos pós-fixados, Selic ou CDI. Mesmo assim, querendo comprar pré-fixado, o aplicador deveria ter um percentual não muito grande na carteira, justamente pelo riscos", avalia o gerente de mesa da Finacap DTVM, Leandro Lima. Ele defende que apostar em taxa pré é um bom negócio até o final do ano, pois a previsão para o ano de 2015 é de maior esforço fiscal por parte do governo. "Ganhando Dilma ou Aécio, o esforço fiscal terá de ser mais forte. Pode continuar a necessidade de subir a taxa de juros para trazer inflação para o centro da meta. Aumentando juros, a pessoa com um título pré-fixado perde dinheiro", comentou.

Outro risco vem de fora. O Banco Central americano, o Fed, deu indicativos que vai aumentar os juros da economia nos EUA já em 2015. "Se os juros sobem por lá, o Brasil terá de subir também, pois do contrário há fuga de dólares." Para ele, taxa pré é boa para o curto prazo, até o final do ano, pois não deverá haver mudanças na política de juros do País até dezembro.

O gestor de fundos de investimentos da CRPC, Luiz Fernando Araújo, também defende uma diversificação na carteira. "Uma taxa fechada a 11,5% é interessante. A economia passou a desacelerar e a tendência da inflação é ceder e os juros voltarem a patamares de 8%. Travando a 11% a pessoa ganha um prêmio interessante", comenta. O risco, no entanto, é isso não acontecer. "O risco é a inflação voltar a subir e o BC aumentar ainda mais os juros. O ideal é ter carteira diversificada. Essa é a forma correta de investir", disse. "O ideal é ter carteira parte pós-fixada e parte em pré-fixado no médio prazo, com títulos de longo prazo atrelados à inflação."

Ele destaca que uma opção que vem crescendo no mercado são as Letras de Crédito Agrícola e Imobiliárias (LACs e LCIs). "Essas letras dão prêmios de CDI, que também está dando 11%. Como não tem Imposto de Renda, no final a rentabilidade é maior que a LTN. Mas se os juros caírem, o investidor também pode perder", comentou.

Para comprar títulos públicos o investidor pode acessar o canal do Tesouro Direto. Para isso, precisa ter cadastro numa instituição financeira. Os bancos, no entanto, podem cobrar taxas de intermediação mais altas para desestimular o cliente. O Tesouro Direto é encarado como um concorrente. Uma saída é procurar corretoras ou distribuidoras de valores, que têm maior concorrência entre si. O site do Tesouro Direto tem lista dessas empresas.

Fonte: Jornal do Commercio

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