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Grupo fez registro de dezenas de tradings

17 de agosto de 2006

 

Segundo a Polícia Federal, nos últimos dez anos, o grupo de sonegadores registrou dezenas de empresas importadoras, conhecidas como tradings, além de diversas “distribuidoras” que intermediavam as operações de forma a ocultar e a “blindar” o real importador (cliente do grupo) e realizar uma expressiva redução fraudulenta de tributos. Uma dessas “tradings” foi citada no relatório final da CPI da Pirataria do Congresso por envolvimento na rede de abastecimento para o esquema de Law Kim Chong.

  O esquema permitiu a importação de diversos produtos. Os principais clientes estão localizados nos Estados do Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro e Pernambuco. As investigações mostram que as empresas do grupo importaram mais de R$ 1,1 bilhão nos últimos quatro anos. Considerando que os valores declarados provêm de um subfaturamento em média de 50%, pode-se estimar uma sonegação de tributos federais aduaneiros em mais de R$ 500 milhões, sem levar em conta outros tributos como ICMS, IPI, PIS, Cofins e Imposto de Renda.

  Estudo realizado pelo Ministério do Desenvolvimento demonstra que para cada R$ 1 bilhão em exportações há a necessidade da criação de 40 mil empregos. Inversamente, tendo em conta que a sonegação da organização criminosa foi de R$ 500 milhões, indiretamente deixaram de ser criados cerca de 20 mil empregos no Brasil.

  Na maioria dos casos, as empresas importadoras promovem uma simulação fraudulenta, registrando operações como se as importações tivessem sido realizadas por conta própria, acobertando o real cliente. Os reais importadores muitas vezes tinham conhecimento e até participavam das irregularidades, principalmente declarando preços subfaturados. O esquema permitiu expressiva redução de custos operacionais. Esta vantagem vinha basicamente do subfaturamento dos preços declarados nas importações pela quebra da cadeia do IPI, pela utilização indevida de incentivos de ICMS incidentes sobre importações.

Coletiva – O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, negou ontem que o governo tenha orientadoa Polícia Federal a antecipar o seu cronograma de operações para ajudar no discurso eleitoral de que o governo Lula foi o que mais combateu a corrupção. “De jeito nenhum. Tenho certeza de que não houve (tal orientação do governo). Essas operações não podem ser improvisadas. Vão amadurecendo e, quando chegam perto da maturidade, são desencadeadas”, afirmou Bastos.

  Em 2006, a PF desencadeou 71 operações, sendo 11 delas concentradas nas três últimas semanas. Além da Operação Dilúvio, deflagrada ontem, ganharam expressivo espaço na mídia as operações Saúva, que teve como alvo quadrilha que fraudava licitações no Amazonas, e a Dominó, que flagrou o envolvimento de autoridades dos três poderes de Rondônia em supostas ações criminosas de desvio de dinheiro público.

Fonte: Diário de Pernambuco

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