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Greves prejudicam setor industrial

2 de julho de 2006

 

O setor industrial deve enfrentar mais um ano difícil em 2006. Se as empresas ainda não conseguiram recuperar o fôlego perdido no segundo semestre do ano passado – mergulhadas nos efeitos negativos da desvalorização do dólar e da alta dos juros -, o que dizer dessa primeira metade de 2006, permeada por greves? Hoje, a paralisação dos auditores da Receita Federal completa dois meses, deixando um rastro de prejuízos. Mas desde o início do ano o setor produtivo se deparou com as greves da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e do Ministério da Agricultura, movimentos que também comprometeram o desempenho industrial.

  Em Pernambuco, os auditores fiscais da alfândega no Porto de Suape, prometem voltar ao trabalho amanhã. “O movimento nacional vai realizar uma assembléia na próxima quinta-feira, mas decidimos retomar os trabalhos já na segunda”, adianta o inspetor da Receita Federal em Suape, Eni Sávio Nunes dos Santos. No retorno ao batente, os 18 auditores vão encontrar pelo menos 400 contêineres empilhados no pátio do Tecon, à espera de liberação. “Esse número já chegou a 600, mas conseguimos desembaraçar parte dessa carga, atendendo a liminares”, diz. Santos conta que a alfândega despachou uma média de 150 mandados de segurança.

  A Baterias Moura foi uma das empresas que quase teve que interromper a produção porque não estava conseguindo liberar insumos como chumbo, componentes e produtos químicos, que são importados. O diretor financeiro da empresa, Paulo Sales, também lamenta o embaraço que a greve causa com os clientes do mercado internacional. “O atraso nas entregas abala nossa credibilidade com os clientes”, frisa. A Moura exporta principalmente para a Inglaterra e Argentina.

  O presidente da indústria de cerâmica Pamesa, Marcus Ramos, diz que ainda não é possível calcular o prejuízo causado pela paralisação dos auditores, mas afirma que é expressivo o aumento de custo, principalmente de armazenagem. De acordo com o Tecon Suape, o preço de armazenagem do contêiner varia de US$ 55 a US$ 110.  O presidente de Sindicato da Indústria Têxtil em Pernambuco (Sinditêxtil), Oscar Rache, lamenta que o setor tenha que enfrentar mais um problema, mas brinca dizendo que, pelo menos, a invasão dos produtos chineses está sendo barrada de alguma forma.

  O inspetor da receita federal em Suape, diz que entre as empresas que conseguiram mandado de segurança para liberar suas cargas estão a Philips, Netuno, Alcoolquímica, Terphane, Petroflex, Coral e Rexam. Muitas dessas são dependentes da importação de insumos e podem ter o processo produtivo comprometido.

Fonte: Diário de Pernambuco

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