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Greve prejudica projeto da Previdência Social

8 de agosto de 2006

 

A greve dos servidores do INSS pode prejudicar o andamento de alguns projetos que foram postos em prática pela Previdência com resultados positivos no atendimento à população. No dia 6 de junho, o INSS iniciou o Projeto Madrugada Sem Fila, com o objetivo de acabar com as filas pela madrugada. Em balanço divulgado ontem, o órgão afirmou que praticamente nenhuma pessoa madruga mais na frente das agências do INSS, apenas casos isolados. Para consolidar os resultados, o prazo do projeto foi ampliado por mais 30 dias, até o final de agosto. Inicialmente, a previsão era concluir o Madrugada sem Fila no início deste mês.

Com o projeto, as portas das agências do INSS começaram a ser abertas às 5h, depois passaram a ser abertas a partir das 6h e agora será a partir das 6h30. O horário normal de atendimento começa às 7h. Com a abertura antecipada, o trabalho dos atravessadores perdeu o sentido. Eles guardavam o lugar dos segurados que chegavam um pouco mais tarde e queriam garantir uma vaga nas filas. Os atravessadores vendiam os seus serviços por valores entre R$ 5 e R$ 30. Os segurados que chegavam às 7h perceberam, após o Projeto, que não haveria mais necessidade de pagar por uma vaga, uma vez que não se depararam mais com grandes filas logo cedo.

Com os servidores em greve, porém, as agências não devem abrir ou funcionarão precariamente. José Maria Lopes, coordenador do Programa de Gestão de Atendimento do INSS, acredita que o projeto pode ser afetado com a greve.

O resultado do projeto até o momento, porém, já é animador. “São pouquíssimas pessoas que ainda vão para o INSS pela madrugada”, avalia Lopes. Números divulgados pela Previdência apontam que a quantidade de pessoas na porta das agências até as 5h caiu de 79 trabalhadores na primeira semana do projeto para 32 na terceira semana e praticamente nenhuma na quarta semana. Até as 6h, o número de pessoas passou de 261 para quase nenhuma. O Madrugada Sem Filas foi implantado em oito agências situadas no Recife e na de Olinda.

Pelo balanço do INSS, 61% das pessoas na fila buscavam obter algum benefício previdenciário. Outras 39% queriam resolver pendências relativas a benefícios já concedidos. Dos benefícios novos solicitados, 60% eram por incapacidade e os demais 40% eram requisição de pensão por morte, auxílio-acidente, amparo assistencial (por idade e por invalidez), agendamento e outros.

No caso dos trabalhadores com pendências em benefícios já existentes, 36% queriam resolver problemas de pagamento e 21% buscavam perícia médica. Outros 43% eram relativos às transferências, processos, procurações e outros.

Fonte: Jornal do Commercio

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