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Greve entra no terceiro dia hoje

30 de julho de 2014

A greve dos rodoviários entra hoje no terceiro dia. A categoria e os patrões não chegaram a um acordo ontem, mesmo após a realização de uma audiência de conciliação e instrução do dissídio coletivo no Tribunal Regional do Trabalho, com duração de sete horas. Diante da falta de consenso, 19 desembargadores do TRT julgarão, hoje às 17h, as seis cláusulas que travaram a audiência. Elas tratam do reajuste salarial, do piso dos profissionais e do aumento do valor no vale-refeição. Os rodoviários pedem 10% de reajuste salarial, mas os empresários só ofereceram 6%.

Também amanhã será feita a homologação de um item conciliado, que diz respeito sobre o pagamento, ao empregado, de 10% do salário, caso as empresas descumpram a convenção coletiva, que inclui acordos sobre auxílio funeral e não cobrança em caso de assalto e , avarias sem culpa do condutor. 

No segundo dia da paralisação, 71% dos ônibus circularam segundo a Urbana-PE, sindicato das empresas, mais dos que os 50% da segunda-feira. O aumento, contudo, não se refletiu na agilidade das viagens, que tiveram atrasos em vários pontos.

Edmir Silva, 56 anos, que embarca no TI do Barro diariamente, aguardou um ônibus para ir à Ceasa por mais de uma hora. A assistente administrativa Maria José Ramos, 31, deixou a comunidade de Bola na Rede, na Guabiraba, onde mora, para a Macaxeira. 

“Geralmente o ônibus passa a cada dez minutos. Desta vez esperei quase 40”, contou. Próximo das 9h, Maria José estava no terminal integrado aguardando um coletivo que a levasse para Boa Viagem, onde trabalha. “Se fosse num dia normal, certamente já estaria lá.”

Após o horário de pico quem resolveu sair de casa mesmo com a redução da frota de veículos para 50% precisou esperar muito para chegar ao destino desejado. No bairro de Cavaleiro, Jaboatão dos Guararapes, um grupo de pessoas esperou quase duas horas por um coletivo. Laiane Talita, 19, estava com a filha de cinco meses. “Preciso deixar a criança com a minha avó, no Totó, para ir para o curso. A menina já está com fome e nem sinal do ônibus”, disse, indignada.

Passageiros relataram que, além do tempo de espera, os ônibus faziam uma espécie de “operação tartaruga”, ou seja, no trajeto pelas vias seguiam lentamente.
Por volta das 11h, motoristas e cobradores fizeram ato em frente à Praça do Derby, na Agamenon Magalhães. Coletivos que seguiam viagem pararam nos dois sentidos, formando longas filas. Mesmo com agentes da CTTU, o trânsito travou.

No Terminal Integrado do Barro, onde um ônibus foi incendiado na segunda-feira, não houve incidentes – segundo o Grande Recife, no primeiro dia da greve, 47 veículos foram danificados. 

O único episódio mais tenso foi registrado no TI do Barro, onde mototaxistas (irregulares) e taxistas entraram em conflito por conta da disputa por passageiros. Uma discussão foi iniciada por volta das 7h30, logo reprimida por PMs. 

Volta para casa
O movimento de volta para casa foi tranquilo. Quem não teve compromissos inadiáveis preferiu ficar em suas residências. Na Avenida Conde da Boa Vista, às 18h o comércio já estava com as portas fechadas e os ônibus rodavam com poucos passageiros.

Saiba mais

2 milhões 
de passageiros utilizam o transporte público na Região Metropolitana do Recife

3 mil 
ônibus compõem a frota

71% 
dos ônibus circularam ontem

50% 
circularam na segunda-feira

10% 
é o percentual de reajuste pedido pela categoria

R$ 1.605 
é o salário-base do motorista

R$ 738 
é o salário-base do cobrador
 

Fonte: Diario de Pernambuco

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