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Greve da Receita Federal impõe perdas às empresas

28 de junho de 2006

 

A greve dos auditores fiscais da Receita Federal completa dois meses no próximo domingo gerando prejuízos diversos para empresas, tais como aumento de custos, redução de receita e falta de mercadorias. Hoje, os fiscais realizam a primeira assembléia nacional, para definir os rumos do movimento.

A Receita Federal já ofereceu reajustes que variam de 3,3% a 9% para os ativos, mas chamou os superintendentes regionais para uma conversa ontem. Alguns Estados, como Pernambuco, realizaram assembléias locais e reprovaram a oferta feita pela União. Até ontem, o site do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Unafisco) convocava a categoria para responder não à proposta.

A importadora e distribuidora pernambucana Trade Center, que importa luvas e camisinhas, chegou a ficar sem estoque regulador de mercadoria. Os produtos só foram liberados depois da obtenção de liminares. Gerson Trindade, diretor comercial da Trade, lembra que a empresa foi prejudicada pela greve da Anvisa, que durou 90 dias, e em seguida pelo movimento dos fiscais da Receita. “Perdi R$ 6 milhões em receita em quatro meses”, critica. Para lidar com a situação, a Trade precisou dar férias para alguns funcionários. Trindade conta ainda que muitas firmas do setor foram atingidas em todo o País e chegou a faltar mercadoria em farmácias e supermercados.

Gerson Miranda, diretor comercial da Karne e Keijo, calcula que os custos da empresa subiram de 5% a 10% por causa da demora no desembaraço das mercadorias. O produto importado que normalmente era liberado em 48 horas está levando de 10 a 15 dias. Como trabalha com perecíveis, a Karne e Keijo consegue ainda agilizar o processo por meio de liminares. No caso da Acumuladores Moura, os custos com armazenagem e aluguel de contêiner dobraram. “Estamos conseguindo liberar as cargas com mandado de segurança”, explica Elisa Moura, analista. A Moura importa chumbo, componentes plásticos, polipropileno e outros insumos.

As exportações brasileiras também ficaram prejudicadas com a greve, pela demora no atendimento aos pedidos dos clientes. As exportações da Moura estão chegando com uma semana de atraso. Os principais clientes são Inglaterra, Porto Rico, Argentina e Paraguai. Adriana Oliveira, responsável pela área de administração de vendas e exportação de extrudores da Alcoa, conta que duas remessas (uma de 36 toneladas e outra de 19 toneladas) ficaram presas três semanas. “Foi ruim para o atendimento ao cliente e no resultado (receita) da empresa”.

Fonte: Jornal do Commercio

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