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Governo intensifica gastos

3 de abril de 2006

 

BELO HORIZONTE – O governo colocou o pé no acelerador no primeiro trimestre. O Ministério do Planejamento desembolsou cifra próxima a R$ 2 bilhões para pagamentos de projetos do governo federal, mais que o dobro dos R$ 900 milhões liberados no mesmo período de 2005. O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, não esconde a intenção do governo de gastar o máximo possível respeitando a meta de superávit primário deste ano, que é de 4,25% do Produto Interno Bruto (PIB).

No ano passado, quando a meta fixada era a mesma, o governo economizou quase 5% do PIB. Este ano, o governo planeja fazer um esforço fiscal bem menor no primeiro semestre, reduzindo um pouco a velocidade de gastos no final. Os R$ 2 bilhões já desembolsados equivalem a pouco mais de 11% do gasto em investimento orçado para este ano, de R$ 18 bilhões.

Até o dia 17 de março, o total pago era de R$ 600 milhões, valor que em pouco mais de duas semanas saltou para os R$ 2 bilhões anunciados ontem. Parte do aumento dos gastos é reflexo da antecipação de investimentos feita no ano passado. “Mandamos vários créditos na forma de projetos de lei e medidas provisórias”, diz o ministro, ao explicar que, já prevendo a paralisia no Congresso e a dificuldade para aprovar o orçamento deste ano, o governo decidiu garantir o maior volume de pagamentos possíveis já no final de 2005.

Na prática, o ciclo fiscal este ano será invertido. Geralmente o governo gasta menos no primeiro semestre, garante o máximo de economia possível e vai acelerando os gastos no final do ano, período em que naturalmente há acúmulo de despesas.

Em ano eleitoral, o governo quer estimular a economia o máximo possível já no início do ano. Mesmo que os gastos sejam reduzidos nos dois últimos trimestres, o impacto das despesas públicas em investimentos na economia deve se estender até o final do ano. Na prática, a maior parte dos analistas já contava com esse estímulo para fazer as estimativas de crescimento para a economia brasileira em 2006.

Os projetos de investimentos têm impactos positivos diretos e indiretos, com geração de emprego e de investimentos correlatos do setor privado.

RESERVAS – O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, sinalizou ontem a intenção de reforçar o volume das reservas internacionais brasileiras, que somam aproximadamente US$ 61 bilhões. Ao ser indagado sobre a disposição do governo de aumentar as reservas, Meirelles respondeu que dará continuidade ao processo de acumulação, levando em conta as condições de liquidez do mercado financeiro, mas também evitando que as compras adicionem volatilidade ao mercado cambial. “Se em algum momento, chegarmos à conclusão que atingimos o nível adequado, certamente vamos anunciar. Não é o caso agora”, disse.

Meirelles Meirelles participou ontem da reunião regional do Instituto Internacional de Finanças (IIF), que antecede a 47ª reunião do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), que começa hoje.

Fonte: Jornal do Commercio

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