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Governo endurece com fiscais

10 de março de 2006

 

Depois de resolver cortar o ponto dos auditores fiscais em greve, há 35 dias, o governo do Estado resolveu endurecer ainda mais com a categoria. A Procuradoria do Estado entrou, na noite de ontem, na Justiça, com um pedido de liminar para que os fiscais voltem ao trabalho imediatamente, sob pena de o Sindicato dos Auditores Fiscais (Sindifisco) pagar multa em caso de descumprimento. A ação corre na 3ª Vara da Fazenda Pública.

Antes desta decisão do governo, a categoria já havia decidido pela manutenção do movimento por tempo indeterminado. Os fazendários também resolveram pedir a entrega de todos os cargos de gerentes, chefes e assessores. As medidas foram tomadas ontem, em assembléia realizada pela manhã, na sede do Sindifisco. A greve foi iniciada no dia 2 de fevereiro.

À tarde, o Sindicato realizou uma reunião com os gerentes para pedir a entrega de cargos. Mas a idéia foi descartada. “Eles entenderam que era mais importante, no momento, tentar construir uma negociação. Eles ficaram de tentar conversar com a secretária (secretária da Fazenda, Maria José Briano)”, informou Jorge Luiz Amaral, presidente do Sindifisco. Até o momento, 90 gerentes de um grupo de 133 cargos comissionados aderiram à greve. Atualmente existe 1,2 mil auditores fiscais na ativa.

APOIO – Outra deliberação tomada entre os fazendários foi voltar à Assembléia Legislativa para pedir apoio aos parlamentares da comissão suprapartidária criada para tratar do impasse entre fazendários e o governo do Estado. Hoje, os auditores fiscais realizam nova assembléia, às 10h, desta vez no prédio da Secretaria da Fazenda, na Rua do Imperador.

O movimento da categoria já é o mais longo da história.

O corte de ponto começou a valer a partir de anteontem. Amaral disse que encara a decisão com naturalidade. “O governo está fazendo o papel dele. O que a gente não aceita é a intransigência do governo de não aceitar uma saída”, afirmou.

Os fazendários apresentaram, anteontem, uma contraproposta, que consistia em equiparar o salário da categoria à remuneração dos membros do Ministério Público de forma escalonada até dezembro de 2007. A reivindicação original da categoria era equiparar de forma imediata. A medida corresponde a uma correção salarial de 81%. A contraproposta foi negada pelo governo.

A proposta do governo do Estado para os fazendários está contemplada dentro de política que foi apresentada para todas as carreiras exclusivas de estado e para as áreas sociais de saúde, educação e segurança.

No caso, a concessão de um aumento de 10%, dividido em duas vezes, sendo 6% em março e 4% em junho. Além disso, os fazendários teriam dois reenquadramentos na carreira, o que representaria um ganho salarial de 2% a 3%.

Fonte: Jornal do Commercio

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