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Filas continuam nos postos do INSS

20 de março de 2006

 

Depois de dois meses de implementação do projeto que ampliou o horário de atendimento das agências do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), completados no último dia 16, o Governo Federal está caminhando para dar um tiro no pé. É que o Ministério do Planejamento suspendeu, no início do mês, as horas extras feitas pelos servidores. As duas horas a mais tinham sido autorizadas em 16 de janeiro e significavam quase 30% a mais de mão-de-obra. Como a carência de pessoal é grande nos quadros do Ministério da Previdência é possível que os avanços obtidos retrocedam, prejudicando os segurados.

O retrocesso já está sendo observado na agência de Afogados, a maior unidade do órgão no Grande Recife, responsável por 20% da demanda de Goiana a Jaboatão dos Guararapes. Segundo o responsável pelo posto, Jorge Assis, com o expediente estendido, era possível atender uma média diária de 500 pessoas, contra as 250 orientadas na época em que a agência só funcionava pela manhã. Com o corte das horas extras, a média já caiu para 350 a 380, o equivalente a quase 70% a menos. Pesa ainda o fato de a agência não ter sido contemplada com nenhum servidor aprovado no último concurso. Ele diz que o déficit é de 15 pessoas.

Infelizmente, não temos condições de atender a mesma demanda desse jeito. Estávamos usando o turno da tarde para os atendimentos mais demorados, burocráticos”. Para se ter uma idéia da situação, apenas quatro funcionários trabalham à tarde, contra 13, na manhã, turno de maior pico.

As carências são apontadas também pelos segurados. O caminhoneiro José Barbosa Bezerra teve de se dirigir ao posto de Afogados duas vezes, na última quinta-feira. Ele tenta se aposentar há dois anos. “Ao menos está mais tranqüilo à tarde. Estou esperando, há meia hora, e serei o próximo a ser atendido”, disse, resignado.

Já a estudante Giovana Praça não tinha a mesma paciência. Ela chegou ao local ao meio-dia e pegou a ficha 355. Três horas depois, ainda estava sendo atendido o portador da ficha 275. “Pela manhã, não há condições de ser atendido. Por isso, vim à tarde para esperar o mínimo possível”, disse Giovana que está representando o pai aposentado num processo de revisão do benefício.

O tubulador inicial Roberto Francelino das Neves estava em situação ainda pior. Ele aguardava desde às 9h. Às 15h ainda não tinha almoçado e olhava, num misto de ansiedade e fraqueza por causa da fome, para o marcador eletrônico de senhas. Sua ficha era a 286. “Vim só para pegar uma carta para poder receber meu benefício no banco”. O chefe da agência reconheceu que, em média, uma pessoa espera duas horas para ser atendida.

Fonte: Folha de Pernambuco

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