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Explicação pessimista na Alepe

2 de abril de 2015

O governo estadual terá uma maior clareza sobre suas condições financeiras para conceder reajustes aos servidores apenas em maio, um mês antes do período oficial para o pedido de revisão salarial por parte dos sindicatos. As perspectivas, no entanto, são desfavoráveis ao funcionalismo público. "A gente espera o fechamento do quadrimestre para discutir o cenário. Esperamos que seja melhor, mas ele vem se desenhando pior", explicou o secretário da Fazenda, Márcio Stefanni, durante uma audiência pública ontem na Comissão de Finanças da Assembleia Legislativa.

Para Stefanni, o único caminho viável para garantir reajustes este ano é se o caixa estadual for turbinado com a arrecadação de impostos. "Não podemos crescer a receita de pessoal se a arrecadação não subir. Temos grandes arrecadadores e certo dia a gente esperava receber uma quantia de determinado contribuinte e não recebeu. Esse contribuinte não é sonegador, mas isso é resultado da queda da atividade econômica", disse.

No primeiro bimestre do ano, Pernambuco chegou perto de infrigir a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) no que diz respeito ao gasto com pessoal. O limite máximo da LRL é de 49% e o Estado já atingiu 47,14%, acima do limite prudencial de 46,55%. Por conta desses números, a margem para o reajuste só deverá ocorrer se entrar mais dinheiro no caixa do Estado. "Temos que nos manter na lei para evitar o caos", disse Stefanni, reforçando a tese de dificuldade financeira apresentada ao Jornal do Commercio na última terça-feira pelo secretário de Adminstração, Milton Coelho.

Stefanni afirmou que Pernambuco tem se saído melhor na crise econômica do que outras unidades da federação. A comparação dos números pernambucanos com dados do restante do País, aliás, foi usada amplamente pelo secretário para defender o governo estadual. "Os outros Estados estão aí parados e a situação que a gente ouve é de um pré-colapso. Não em Pernambuco. A gente está recolhido e tem que diminuir a atividade para poder sobreviver. Quando se está numa seca muito grande, o cara guarda a energia, mas a gente sabe como fazer. Pernambuco cresceu e vai continuar crescendo", atestou.

Integrante da gestão João Lyra (PSB) em 2014, Stefanni disse que deixou a Secretaria de Desenvolvimento Econômico no final de dezembro com vários projetos engatilhados e que as ações não saíram do papel este ano devido ao receio dos investidores diante da retração econômica. A avaliação do secretário é de que o momento atual é de observação. "É o ano de ficar paradinho e olhar para ver a definição de cenário. Toda semana cai a previsão de crescimento e aumenta a da inflação. Quem aguenta?", indagou.

Fonte: Jornal do Commercio

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