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Estado tenta liberar recursos para o Metrorec

7 de fevereiro de 2006

Antes tarde do que nunca. Cinco dias depois do anúncio oficial da paralisação das obras de ampliação do Metrô do Recife – denominada Linha Sul, que ligará a capital ao bairro de Cajueiro Seco, em Jaboatão dos Guararapes –, começaram as articulações para tentar reverter a situação do sistema metroviário no Estado. Às 11h de hoje será realizada uma reunião em Brasília, entre representantes dos governos federal e de Pernambuco, da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) e do Metrorec, com a finalidade de viabilizar a liberação do mínimo possível de recursos para manter o andamento das obras, que encontram-se com 80% do cronograma concluído, mas ainda sem operação.

O principal argumento da CBTU, segundo o diretor-técnico da companhia, Luiz Cosenza, é que o custo das obras paradas será tão alto quanto mantê-las em andamento. Levantamento feito pelo Sindicato dos Metroviários de Pernambuco (Sindmetro) revela que esse valor será superior a R$ 60 milhões, despesa adquirida com a segurança das oito estações entre a Imbiribeira e Cajueiro Seco (prontas, algumas faltando apenas acabamento), desmobilização e remobilização das obras, seguro e desgaste dos equipamentos utilizados, entre outras coisas.

Luiz Cosenza não quis confirmar o custo que a paralisação das obras teria, sob o argumento de que a CBTU ainda não havia feito um levantamento, mas admitiu que a companhia já tem uma dívida de R$ 13 milhões com os contratos que venceram no dia 1º de dezembro. “Por isso estive no Recife na semana passada e dei a ordem de cancelamento das obras. Caso contrário, estaria agindo irregularmente. Conseguimos com as empresas contratadas a garantia de segurança do que está construído até o próximo dia 20. Nesse meio tempo faremos o inventário do que já está erguido e tentaremos conseguir algum recurso”, disse.

A CBTU também argumentará na reunião que o risco de furto de material, principalmente da rede aérea, é alto. “Eles acontecem com o sistema em operação, imagine com ele parado”, afirmou Cosenza. Paralelamente à reunião, o Sindmetro está realizando reuniões internas com a categoria e pretende fazer mobilizações com a sociedade civil para exigir a retomada das obras da Linha Sul. “O custo social é alto. A população de toda a Região Metropolitana do Recife perderá com um modal como o metrô parado”, criticou o presidente do sindicato, Cirano Lopes. A categoria também levará o assunto à reunião do Conselho Nacional das Cidades, que acontece hoje, em Brasília.

A discussão no Ministério da Fazenda também deverá ser mais uma tentativa da União de convencer o governo do Estado a assumir o metrô com a liberação de apenas R$ 140 milhões dos R$ 370 milhões necessários para concluir a Linha Sul, levando o modal até Cajueiro Seco. Mas já é fato que o Estado não aceitará a proposta.

Fonte: Jornal do Commercio

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