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Estado só pode compensar aumento. Baixar conta, não

18 de abril de 2007

 

O governo do Estado vai compensar o aumento da energia elétrica com a redução do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) na conta de luz. O reajuste da energia deve ser anunciado na próxima terça-feira pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e entrar em vigor no dia 29 deste mês. “A legislação do setor elétrico tira o poder do Estado para interferir neste assunto”, disse ontem o secretário estadual de Recursos Hídricos, João Bosco de Almeida, reconhecendo que não dá para reduzir o preço da energia. Baixar a conta de luz foi uma das principais promessas de campanha do governador Eduardo Campos (PSB).

O montante do ICMS que será reduzido vai depender da decisão do governador”, explicou Bosco, acrescentando que o percentual será definido depois que a Aneel divulgar o quanto vai ser o reajuste da conta de luz. A intenção do governo do Estado é aumentar a renúncia fiscal, caso o aumento fixado pela Aneel seja alto ou diminuir a redução do imposto, caso o reajuste seja baixo. Em todo o Brasil, o preço da energia é fixado pela Aneel, que é independente.

O governo de Pernambuco defende uma redução de 10% no preço da energia, que poderia ocorrer caso a energia vendida pela Termopernambuco fosse retirada da conta de luz da Companhia Energética de Pernambuco (Celpe). Existe um contrato de venda firmado entre a Termopernambuco e a Celpe, que fixou os preços de venda da energia da térmica. Ambas as empresas pertencem ao Grupo Neoenergia.

Bosco defendeu, em entrevista coletiva concedida ontem, que a energia da Termopernambuco fosse comprada, por exemplo, pela Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) e depois repassada para todo o sistema elétrico nacional. A compra da energia da Termopernambuco pelo sistema traria um impacto inferior a 1% na conta de luz de todos os brasileiros.

A proposta do governo de Pernambuco não é um absurdo”, contou o secretário. Ele citou que o aumento do preço do gás da Bolívia trouxe impacto para a energia produzida pela termelétrica Mário Covas, que foi absorvido pela geradora Furnas e repassado para o preço da energia de todos os consumidores brasileiros. Esta térmica fica em Cuiabá, no Mato Grosso.

O secretário também criticou o índice de perdas que a Aneel incluiu na última revisão tarifária, aumento que ocorre a cada quatro anos e que, no caso da Celpe, foi em 2005. “A Aneel reconheceu perdas de 27% da Celpe e no último balanço da empresa foi divulgado uma perda de 17,7%”, comentou. Uma parte das perdas são pagas por todos os consumidores.

O secretário também mostrou, pelo menos, duas resoluções da própria Aneel que defendem a redução na quantidade de energia que a Termopernambuco vende à Celpe por falta de gás, que é a matéria-prima usada pela térmica para gerar energia. As resoluções são de 2004, mas não foram levadas em consideração pela própria Aneel.

Fonte: Jornal do Commercio

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